x

Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar por e-mail Compartilhar no Telegram Compartilhar no Reddit
Exemplos de

Na hora h

27 resultados encontrados


1. Na hora h

Ele brochou ‎

2. Hora h

Ensaiava, ensaiava, porque era esse o seu desejo. Mas, ‎
, arriou, saiu correndo e sumiu. Foi ensaiar de novo em outr

3. Tratante

A menina Fernanda combina de ir no cinema com o Diego e ‎
enrola, ou nao liga pra ele, e não vai no cinema.

4. Hora h

eu falhei


5. Seu bosta

ume uma responsabilidade ou diz que vai fazer algo, mas na "
h" ela dá para traz, não consegue ou não aguenta resolve
ume uma responsabilidade ou diz que vai fazer algo, mas na "
ora h" ela dá para traz, não consegue ou não aguenta reso
ma responsabilidade ou diz que vai fazer algo, mas na "hora
" ela dá para traz, não consegue ou não aguenta resolver

6. Unhada

do sexo, a esposa cravou com toda força as unhas nas costa

7. Brochou

Ele brochou porque o telefone tocou ‎
.

8. Taverna

NOITE NA TAVERNA Álvares de Azevedo How now,
tio? You tremble, and look pale. Is not this something more
s! crer em Deus!?... sim! como o grito íntimo o revela nas
s frias do medo, nas horas em que se tirita de susto e que a
como o grito íntimo o revela nas horas frias do medo, nas
s em que se tirita de susto e que a morte parece roçar úmi
a coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passara uma
de embriaguez me resfriava. Pude a custo soltar-me daquele
ram que abrisse. Fechei a moça no meu quarto, e abri. Meia
depois eu os deixava na sala bebendo ainda. A turvação da
im murmurou: Deus! A voz sufocou-se-lhe na garganta: todos c
vam. Eu também chorava, mas era de saudades de Ângela... L
voz sufocou-se-lhe na garganta: todos choravam. Eu também c
va, mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduzir
amor não morreu! Nem o dela! Muito ardentes foram aquelas
s de amor e de lágrimas, de saudades e beijos, de sonhos e
uma mulher... Essa noite — foi uma loucura! foram poucas
s de sonhos de fogo! e quão breve passaram! Depois a essa n
i-lhe a filha, roubei-a, fugi com ela... E o velho teve de c
r suas cãs manchadas na desonra de sua filha, sem poder vin
negra; e por isso ri-me; ri-me, enquanto os filhos do mar c
vam. Chegamos a uma corveta que estava erguendo âncora. O c
s então viajar de braços cruzados? — Não: quando for a
da manobra dormirei: mas quando vier a hora do combate ning
o: quando for a hora da manobra dormirei: mas quando vier a
do combate ninguém será mais valente do que eu... — Mui
o frio das vagas e ao calor dos trópicos, que suspirou nas
s de quarto, alta noite na amurada do navio, lembrando-a nos
. . Uma vez ao madrugar o gajeiro assinalou um navio. Meia
depois desconfiou que era um pirata... Chegávamos cada vez
a ´g k h na fronte de sua criatura! — Don Juan! porque c
s a esse beijo morno de Haidea que desmaia-te nos braços?!.
ito úmido e varrido pelos ventos frios do norte, mais umas
s mortas de blasfêmia e de agonia, de esperança e desesper
o parecia zombar desses dois moribundos que lutavam por uma
de agonia... O valente do combate desfalecia... caiu: pus-l
a das vagas, como um lençol lançado nas águas... Quantas
s, quantos dias passei naquela modorra nem o sei... Quando a
a aí a noite toda em solidão. Dormia? ah que não! Longas
s eu o escutei no silêncio arfar com ânsia, outras vezes a
ar-se em soluços. Depois tudo emudecia: o silêncio durava
s; o quarto era escuro; e depois as passadas pesadas do mest
e resta? Adeus, irei longe daqui... talvez então eu possa c
r sem remorso... Tomei-lhe a mão e beijei-a. Ela deixou sua
um fato pasmoso. O mestre veio ao leito de Nauza. Gemia e c
va aquela voz cavernosa e rouca: tomou-me pelo braço com fo
era matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia ir c
r-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir-me na
ara que? Fora escárnio Faust ir lembrar a Mefistóteles as
s de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas minhas
sano, que nunca sonhastes Lovelace sem sua máscara talvez c
ndo Clarisse Harlowe, pobre anjo, cujas asas brancas ele ia
era covarde: e demais, esse homem comprara uma chave e uma
a infâmia venal de um criado, esse homem jurava que nessa
NOITE NA TAVERNA Álvares de Azevedo
ow now, Horatio? You tremble, and look pale. Is not this som
NOITE NA TAVERNA Álvares de Azevedo How now,
oratio? You tremble, and look pale. Is not this something mo
evedo How now, Horatio? You tremble, and look pale. Is not t
is something more than phantasy? What think you of it? Hamle
now, Horatio? You tremble, and look pale. Is not this somet
ing more than phantasy? What think you of it? Hamlet. Ato I.
io? You tremble, and look pale. Is not this something more t
an phantasy? What think you of it? Hamlet. Ato I. Shakespear
ou tremble, and look pale. Is not this something more than p
antasy? What think you of it? Hamlet. Ato I. Shakespeare I U
, and look pale. Is not this something more than phantasy? W
at think you of it? Hamlet. Ato I. Shakespeare I UMA NOITE D
look pale. Is not this something more than phantasy? What t
ink you of it? Hamlet. Ato I. Shakespeare I UMA NOITE DO SÉ
ot this something more than phantasy? What think you of it?
amlet. Ato I. Shakespeare I UMA NOITE DO SÉCULO Bebamos! ne
g more than phantasy? What think you of it? Hamlet. Ato I. S
akespeare I UMA NOITE DO SÉCULO Bebamos! nem um canto de sa
ade! Morrem na embriaguez da vida as dores! Que importam son
os, ilusões desfeitas? Fenecem como as flores! José Bonif
nifácio — Silêncio, moços! acabai com essas cantilenas
orríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias, macile
cabai com essas cantilenas horríveis! Não vedes que as mul
eres dormem ébrias, macilentas como defuntos? Não sentis q
z pesa negro naquelas pálpebras onde a beleza sigilou os ol
ares da volúpia? — Cala-te, Johann! enquanto as mulheres
nde a beleza sigilou os olhares da volúpia? — Cala-te, Jo
ann! enquanto as mulheres dormem e Arnold — o louro, camba
os olhares da volúpia? — Cala-te, Johann! enquanto as mul
eres dormem e Arnold — o louro, cambaleia e adormece murmu
uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que mel
or noite que a passada ao reflexo das taças? — És um lou
onias do povo que morre... aos soluços que seguem as mortal
as do cólera! — O cólera! e que importa? Não há por or
as mortalhas do cólera! — O cólera! e que importa? Não
á por ora vida bastante nas veias do homem? não borbulha a
e que importa? Não há por ora vida bastante nas veias do
omem? não borbulha a febre ainda as ondas do vinho? não re
o há por ora vida bastante nas veias do homem? não borbul
a a febre ainda as ondas do vinho? não reluz em todo o seu
veias do homem? não borbulha a febre ainda as ondas do vin
o? não reluz em todo o seu fogo a lâmpada da vida na lante
seu fogo a lâmpada da vida na lanterna do crânio? — Vin
o! vinho! Não vês que as taças estão vazias bebemos o v
go a lâmpada da vida na lanterna do crânio? — Vinho! vin
o! Não vês que as taças estão vazias bebemos o vácuo, c
o vazias bebemos o vácuo, como um sonâmbulo? — É o Fic
tismo na embriaguez! Espiritualista, bebe a imaterialidade d
! Espiritualista, bebe a imaterialidade da embriaguez! — O
! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverneira, não vês que
, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mul
er: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do a
o como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vin
o ou o fogo do amor os borrifa de lava? — O vinho acabou-s
ogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava? — O vin
o acabou-se nos copos, Bertram, mas o fumo ondula ainda nos
cabou-se nos copos, Bertram, mas o fumo ondula ainda nos cac
imbos! Após os vapores do vinho os vapores da fumaça! Senh
s o fumo ondula ainda nos cachimbos! Após os vapores do vin
o os vapores da fumaça! Senhores, em nome de todas as nossa
himbos! Após os vapores do vinho os vapores da fumaça! Sen
ores, em nome de todas as nossas reminiscências, de todos o
e de todas as nossas reminiscências, de todos os nossos son
os que mentiram, de todas as nossas esperanças que desbotar
ram, uma última saúde! A taverneira ai nos trouxe mais vin
o: uma saúde! O fumo e a imagem do idealismo, e o transunto
fumo e a imagem do idealismo, e o transunto de tudo quanto
a mais vaporoso naquele espiritualismo que nos fala da imort
nos fala da imortalidade da alma! e pois, ao fumo das Antil
as, a imortalidade da alma! — Bravo! bravo! Um urrah! trí
Antilhas, a imortalidade da alma! — Bravo! bravo! Um urra
! tríplice respondeu ao moço meio ébrio. Um conviva se er
ébrio. Um conviva se ergueu entre a vozeria: contrastavam-l
e com as faces de moço as rugas da fronte e a rouxidão dos
o dos lábios convulsos. Por entre os cabelos prateava-se-l
e o reflexo das luzes do festim. Falou: — Calai-vos, maldi
brir-se, que era apenas o ópio do sono que emudecia aquele
omem? Imortalidade da alma! e por que também não sonhar a
uele homem? Imortalidade da alma! e por que também não son
ar a das flores, a das brisas, a dos perfumes? Oh! não mil
m não sonhar a das flores, a das brisas, a dos perfumes? O
! não mil vezes! a alma não é como a lua, sempre moça, n
ao acaso das moléculas atraídas: o que era um corpo de mul
er vai porventura transformar-se num cipreste ou numa nuvem
da flor ou na fronte da criança mais loira e bela. Como Sc
iller o disse, o átomo da inteligência de Platão foi talv
elo mormaço do sol da vida, a nós sobre cuja cabeça a vel
ice regelou os cabelos, essas crenças frias? A nós os sonh
hice regelou os cabelos, essas crenças frias? A nós os son
os do espiritualismo. — Archibald! deveras, que é um sonh
crenças frias? A nós os sonhos do espiritualismo. — Arc
ibald! deveras, que é um sonho tudo isso! No outro tempo o
hos do espiritualismo. — Archibald! deveras, que é um son
o tudo isso! No outro tempo o sonho da minha cabeceira era o
ld! deveras, que é um sonho tudo isso! No outro tempo o son
o da minha cabeceira era o espírito puro ajoelhado no seu m
as, que é um sonho tudo isso! No outro tempo o sonho da min
a cabeceira era o espírito puro ajoelhado no seu manto arg
tempo o sonho da minha cabeceira era o espírito puro ajoel
ado no seu manto argênteo, num oceano de aromas e luzes! Il
libertino, a taça na mão, a lascívia nos lábios, e a mul
er seminua, trêmula e palpitante sobre os joelhos. — Blas
ios, e a mulher seminua, trêmula e palpitante sobre os joel
os. — Blasfêmia! e não crês em mais nada? teu ceticismo
s! crer em Deus!?... sim! como o grito íntimo o revela nas
oras frias do medo, nas horas em que se tirita de susto e qu
como o grito íntimo o revela nas horas frias do medo, nas
oras em que se tirita de susto e que a morte parece roçar
a jangada do náufrago, no cadafalso, no deserto, sempre ban
ado do suor frio do terror e que vem a crença em Deus! Crer
mor, muito bem! Mas, se entendeis por ele os ídolos que os
omens ergueram banhados de sangue e o fanatismo beija em sua
, se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram ban
ados de sangue e o fanatismo beija em sua inanimação de m
ngue e o fanatismo beija em sua inanimação de mármore de
á cinco mil anos... não creio nele! — E os livros santos
séria! quando me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí
á folhas inspiradas pela natureza ardente daquela terra com
quando me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há fol
as inspiradas pela natureza ardente daquela terra como nem H
has inspiradas pela natureza ardente daquela terra como nem
omero as sonhou, como a humanidade inteira ajoelhada sobre o
s pela natureza ardente daquela terra como nem Homero as son
ou, como a humanidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do
eza ardente daquela terra como nem Homero as sonhou, como a
umanidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do passado nun
a como nem Homero as sonhou, como a humanidade inteira ajoel
ada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrará! Mas,
: mentiram como as miragens do deserto! — Estas ébrio, Jo
ann! O ateísmo é a insânia como o idealismo místico de S
nn! O ateísmo é a insânia como o idealismo místico de Sc
elling, o panteísmo de Spinoza — o judeu, e o esterismo c
mo de Spinoza — o judeu, e o esterismo crente de Malebranc
e nos seus sonhos da visão em Deus. A verdadeira filosofia
o judeu, e o esterismo crente de Malebranche nos seus son
os da visão em Deus. A verdadeira filosofia e o epicurismo.
s da visão em Deus. A verdadeira filosofia e o epicurismo.
ume bem o disse: o fim do homem é o prazer. Daí vede que
adeira filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do
omem é o prazer. Daí vede que é o elemento sensível quem
mento sensível quem domina. E pois ergamo-nos, nos que aman
ecemos nas noites desbotadas de estudo insano, e vimos que a
lsa e esquiva, que ela mente e embriaga como um beijo de mul
er. — Bem! muito bem! é um toast de respeito! — Quero q
gam-no: Ao Deus Pã da natureza, aquele que a antigüidade c
amou Baco o filho das coxas de um deus e do amor de uma mulh
Pã da natureza, aquele que a antigüidade chamou Baco o fil
o das coxas de um deus e do amor de uma mulher, e que nos ch
hamou Baco o filho das coxas de um deus e do amor de uma mul
er, e que nos chamamos melhor pelo seu nome — o vinho!...
ho das coxas de um deus e do amor de uma mulher, e que nos c
amamos melhor pelo seu nome — o vinho!... — Ao vinho! ao
s de um deus e do amor de uma mulher, e que nos chamamos mel
or pelo seu nome — o vinho!... — Ao vinho! ao vinho! Os
ma mulher, e que nos chamamos melhor pelo seu nome — o vin
o!... — Ao vinho! ao vinho! Os copos caíram vazios na mes
nos chamamos melhor pelo seu nome — o vinho!... — Ao vin
o! ao vinho! Os copos caíram vazios na mesa. — Agora ouvi
os melhor pelo seu nome — o vinho!... — Ao vinho! ao vin
o! Os copos caíram vazios na mesa. — Agora ouvi-me, senho
nho! Os copos caíram vazios na mesa. — Agora ouvi-me, sen
ores! entre uma saúde e uma baforada de fumaça, quando as
uando as cabeças queimam e os cotovelos se estendem na toal
a molhada de vinho, como os braços do carniceiro no cepo go
as cabeças queimam e os cotovelos se estendem na toalha mol
ada de vinho, como os braços do carniceiro no cepo gotejant
queimam e os cotovelos se estendem na toalha molhada de vin
o, como os braços do carniceiro no cepo gotejante, o que no
ços do carniceiro no cepo gotejante, o que nos cabe é uma
istoria sanguinolenta, um daqueles contos fantásticos como
istoria sanguinolenta, um daqueles contos fantásticos como
offmann os delirava ao clarão dourado do Johannisberg! —
tásticos como Hoffmann os delirava ao clarão dourado do Jo
annisberg! — Uma história medonha, não, Archibald? falou
ann os delirava ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma
istória medonha, não, Archibald? falou um moço pálido qu
ao clarão dourado do Johannisberg! — Uma história medon
a, não, Archibald? falou um moço pálido que a esse reclam
ourado do Johannisberg! — Uma história medonha, não, Arc
ibald? falou um moço pálido que a esse reclamo erguera a c
lamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, dir-vos-ei uma
istoria. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis su
a do passado. — Solfieri! Solfieri! aí vens com teus son
os! — Conta! Solfieri falou: os mais fizeram silêncio. II
lêncio. II SOLFIERI ...Yet one kiss on your pale clay And t
ose lips once so warm — my heart! my heart! Cain. Byron
e kiss on your pale clay And those lips once so warm — my
eart! my heart! Cain. Byron — Sabei-lo. Roma é a cidade d
your pale clay And those lips once so warm — my heart! my
eart! Cain. Byron — Sabei-lo. Roma é a cidade do fanatism
sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mul
er apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma b
ária e escura. Era uma forma branca. — A face daquela mul
er era como a de uma estátua pálida à lua. Pelas faces de
daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa:
avia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer
o era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como c
oro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era so
to a noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murc
as da morte. Depois o canto calou-se. A mulher apareceu na p
das flores murchas da morte. Depois o canto calou-se. A mul
er apareceu na porta. Parecia espreitar se havia alguém nas
calou-se. A mulher apareceu na porta. Parecia espreitar se
avia alguém nas ruas. Não viu a ninguém: saiu. Eu segui-a
noite ia cada vez mais alta: a lua sumira-se no céu, e a c
uva caía as gotas pesadas: apenas eu sentia nas faces caír
m eram cruzes que se erguiam de entre o ervaçal. Ela ajoel
ou-se. Parecia soluçar: em torno dela passavam as aves da n
s da noite. Não sei se adormeci: sei apenas que quando aman
eceu achei-me a sós no cemitério. Contudo a criatura páli
te. Não sei se adormeci: sei apenas que quando amanheceu ac
ei-me a sós no cemitério. Contudo a criatura pálida não
junto a uma cruz. O frio da noite, aquele sono dormido à c
uva, causaram-me uma febre. No meu delírio passava e repass
. No meu delírio passava e repassava aquela brancura de mul
er, gemiam aqueles soluços e todo aquele devaneio se perdia
avíssimo... Um ano depois voltei a Roma. Nos beijos das mul
eres nada me saciava: no sono da saciedade me vinha aquela v
os das mulheres nada me saciava: no sono da saciedade me vin
a aquela visão... Uma noite, e após uma orgia, eu deixara
dormida no leito dela a condessa Bárbara. Dei um último ol
ar àquela forma nua e adormecida com a febre nas faces e a
ces e a lascívia nos lábios úmidos, gemendo ainda nos son
os como na agonia voluptuosa do amor. Saí. Não sei se a no
enas que a cabeça me escaldava de embriaguez. As taças tin
am ficado vazias na mesa: nos lábios daquela criatura eu be
lábios daquela criatura eu bebera até a última gota o vin
o do deleite... Quando dei acordo de mim estava num lugar es
eaberto. Abri-o: era o de uma moça. Aquele branco da mortal
a, as grinaldas da morte na fronte dela, naquela tez lívida
nte dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos ol
os mal apertados... Era uma defunta! ... e aqueles traços t
rio? Cerrei as portas da igreja, que, ignoro por que, eu ac
ara abertas. Tomei o cadáver nos meus braços para fora do
adáver nos meus braços para fora do caixão. Pesava como c
umbo... Sabeis a historia de Maria Stuart degolada e o algoz
raços para fora do caixão. Pesava como chumbo... Sabeis a
istoria de Maria Stuart degolada e o algoz, "do cadáve
tuart degolada e o algoz, "do cadáver sem cabeça e o
omem sem coração" como a conta Brantôme? — Foi uma
ma idéia singular a que eu tive. Tomei-a no colo. Preguei-l
e mil beijos nos lábios. Ela era bela assim: rasguei-lhe o
ei-lhe mil beijos nos lábios. Ela era bela assim: rasguei-l
e o sudário, despi-lhe o véu e a capela como o noivo as de
lábios. Ela era bela assim: rasguei-lhe o sudário, despi-l
e o véu e a capela como o noivo as despe a noiva. Era mesmo
. Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos toc
eiros dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármo
ma estátua: tão branca era ela. A luz dos tocheiros dava-l
e aquela palidez de âmbar que lustra os mármores antigos.
, a donzela pálida parecia reanimar-se. Súbito abriu os ol
os empanados. Luz sombria alumiou-os como a de uma estrela e
ntre névoa, apertou-me em seus braços, um suspiro ondeou-l
e nos beiços azulados... Não era já a morte: era um desma
era já a morte: era um desmaio. No aperto daquele abraço
avia contudo alguma coisa de horrível. O leito de lájea on
io. No aperto daquele abraço havia contudo alguma coisa de
orrível. O leito de lájea onde eu passara uma hora de embr
a coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passara uma
ora de embriaguez me resfriava. Pude a custo soltar-me daque
ordou… Nunca ouvistes falar da catalepsia? É um pesadelo
orrível aquele que gira ao acordado que emparedam num sepul
aquele que gira ao acordado que emparedam num sepulcro; son
o gelado em que sentem-se os membros tolhidos, e as faces ba
m num sepulcro; sonho gelado em que sentem-se os membros tol
idos, e as faces banhadas de lágrimas alheias sem poder rev
gelado em que sentem-se os membros tolhidos, e as faces ban
adas de lágrimas alheias sem poder revelar a vida! A moça
-se os membros tolhidos, e as faces banhadas de lágrimas al
eias sem poder revelar a vida! A moça revivia a pouco e pou
a. Ao aproximar-me da porta topei num corpo; abaixei-me, ol
ei: era algum coveiro do cemitério da igreja que aí dormir
tério da igreja que aí dormira de ébrio, esquecido de fec
ar a porta . Saí. Ao passar a praça encontrei uma patrulha
char a porta . Saí. Ao passar a praça encontrei uma patrul
a. — Que levas aí? A noite era muito alta: talvez me cres
ite era muito alta: talvez me cressem um ladrão. — É min
a mulher que vai desmaiada... — Uma mulher!... Mas essa ro
a muito alta: talvez me cressem um ladrão. — É minha mul
er que vai desmaiada... — Uma mulher!... Mas essa roupa br
adrão. — É minha mulher que vai desmaiada... — Uma mul
er!... Mas essa roupa branca e longa? Serás acaso roubador
caso roubador de cadáveres? Um guarda aproximou-se. Tocou-l
e a fronte: era fria. — É uma defunta... Cheguei meus lá
ou-se. Tocou-lhe a fronte: era fria. — É uma defunta... C
eguei meus lábios aos dela. Senti um bafejo morno. — Era
morno. — Era a vida ainda. — Vede, disse eu. O guarda c
egou-lhe os lábios: os beiços ásperos roçaram pelos da m
— Era a vida ainda. — Vede, disse eu. O guarda chegou-l
e os lábios: os beiços ásperos roçaram pelos da moça. S
elos da moça. Se eu sentisse o estalar de um beijo... o pun
al já estava nu em minhas mãos frias... — Boa noite, mo
tisse o estalar de um beijo... o punhal já estava nu em min
as mãos frias... — Boa noite, moço: podes seguir, disse
rias... — Boa noite, moço: podes seguir, disse ele. Camin
ei. — Estava cansado. Custava a carregar o meu fardo; e eu
. Quando eu passei a porta ela acordou. O primeiro som que l
e saiu da boca foi um grito de medo... Mal eu fechara a port
som que lhe saiu da boca foi um grito de medo... Mal eu fec
ara a porta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus c
porta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus compan
eiros que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse. Fechei
panheiros que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse. Fec
ei a moça no meu quarto, e abri. Meia hora depois eu os dei
ram que abrisse. Fechei a moça no meu quarto, e abri. Meia
ora depois eu os deixava na sala bebendo ainda. A turvação
ainda. A turvação da embriaguez fez que não notassem min
a ausência. Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida.
a. Ria de um rir convulso como a insânia, e frio como a fol
a de uma espada. Trespassava de dor o ouvi-la. Dois dias e d
a. Dois dias e duas noites levou ela de febre assim... Não
ouve como sanar-lhe aquele delírio, nem o rir do frenesi. M
s noites levou ela de febre assim... Não houve como sanar-l
e aquele delírio, nem o rir do frenesi. Morreu depois de du
elírio. A noite saí; fui ter com um estatuário que trabal
ava perfeitamente em cera, e paguei-lhe uma estátua dessa v
estatuário que trabalhava perfeitamente em cera, e paguei-l
e uma estátua dessa virgem. Quando o escultor saiu, levante
-a adormecida do sono eterno com o lençol de seu leito. Fec
ei-a no seu túmulo e estendi meu leito sobre ele. Um ano
cobriam. Um dia o estatuário me trouxe a sua obra. Paguei-l
a e paguei o segredo... — Não te lembras, Bertram, de uma
... — Não te lembras, Bertram, de uma forma branca de mul
er que entreviste pelo véu do meu cortinado? Não te lembra
pondi que era uma virgem que dormia? — E quem era essa mul
er, Solfieri? — Quem era? seu nome? — Quem se importa co
? — Quem se importa com uma palavra quando sente que o vin
o lhe queima assaz os lábios? quem pergunta o nome da prost
Quem se importa com uma palavra quando sente que o vinho l
e queima assaz os lábios? quem pergunta o nome da prostitut
m quem dormia e que sentiu morrer a seus beijos, quando nem
á dele mister por escrever-lho na lousa? Solfieri encheu um
rer a seus beijos, quando nem há dele mister por escrever-l
o na lousa? Solfieri encheu uma taça e bebeu-a. Ia erguer-s
nem há dele mister por escrever-lho na lousa? Solfieri enc
eu uma taça e bebeu-a. Ia erguer-se da mesa quando um dos c
ferno que não! por meu pai que era conde e bandido, por min
a mãe que era a bela Messalina das ruas, pela perdição qu
erdição que não! Desde que eu próprio calquei aquela mul
er com meus pés na sua cova de terra, eu vô-lo juro — gu
meus pés na sua cova de terra, eu vô-lo juro — guardei-l
e como amuleto a capela de defunta. Hei-la! Abriu a camisa,
-lo juro — guardei-lhe como amuleto a capela de defunta.
ei-la! Abriu a camisa, e viram-lhe ao pescoço uma grinalda
uleto a capela de defunta. Hei-la! Abriu a camisa, e viram-l
e ao pescoço uma grinalda de flores mirradas. —Vede-la mu
ao pescoço uma grinalda de flores mirradas. —Vede-la murc
a e seca como o crânio dela! III BERTRAM But why should I f
Vede-la murcha e seca como o crânio dela! III BERTRAM But w
y should I for others groan, When none will sigh for me! Chi
-la murcha e seca como o crânio dela! III BERTRAM But why s
ould I for others groan, When none will sigh for me! Childe
eca como o crânio dela! III BERTRAM But why should I for ot
ers groan, When none will sigh for me! Childe Harold, I. Byr
ânio dela! III BERTRAM But why should I for others groan, W
en none will sigh for me! Childe Harold, I. Byron Um outro c
ERTRAM But why should I for others groan, When none will sig
for me! Childe Harold, I. Byron Um outro conviva se levanto
why should I for others groan, When none will sigh for me! C
ilde Harold, I. Byron Um outro conviva se levantou. Era uma
ould I for others groan, When none will sigh for me! Childe
arold, I. Byron Um outro conviva se levantou. Era uma cabeç
ma tez branca, uma daquelas criaturas fleumáticas que não
esitarão ao tropeçar num cadáver para ter mão de um fim.
çar num cadáver para ter mão de um fim. Esvaziou o copo c
eio de vinho, e com a barba nas mãos alvas, com os olhos de
dáver para ter mão de um fim. Esvaziou o copo cheio de vin
o, e com a barba nas mãos alvas, com os olhos de verde-mar
opo cheio de vinho, e com a barba nas mãos alvas, com os ol
os de verde-mar fixos, falou: — Sabeis, uma mulher levou-m
com os olhos de verde-mar fixos, falou: — Sabeis, uma mul
er levou-me a perdição. Foi ela quem me queimou a fronte n
fronte nas orgias, e desbotou-me os lábios no ardor dos vin
os e na moleza de seus beijos: quem me fez devassar pálido
eis, quem fez-me num dia ter três duelos com meus três mel
ores amigos, abrir três túmulos àqueles que mais me amava
abandonado no mundo, como a infanticida que matou o seu fil
o, ou aquele Mouro infeliz junto a sua Desdêmona pálida! P
unto a sua Desdêmona pálida! Pois bem, vou contar-vos uma
istória que começa pela lembrança desta mulher... Havia e
ntar-vos uma história que começa pela lembrança desta mul
er... Havia em Cadiz uma donzela... linda daquele moreno das
s uma história que começa pela lembrança desta mulher...
avia em Cadiz uma donzela... linda daquele moreno das Andalu
uma donzela... linda daquele moreno das Andaluzas que não
á vê-las sob as franjas da mantilha acetinada, com as plan
das Andaluzas que não há vê-las sob as franjas da mantil
a acetinada, com as plantas mimosas, as mãos de alabastro,
tinada, com as plantas mimosas, as mãos de alabastro, os ol
os que brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem delirar
as plantas mimosas, as mãos de alabastro, os olhos que bril
am e os lábios de rosa d'Alexandria sem delirar sonhos dela
ue brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem delirar son
os delas por longas noites ardentes! Andaluzas! sois muito b
ongas noites ardentes! Andaluzas! sois muito belas! se o vin
o, se as noites de vossa terra, o luar de vossas noites, vos
es, são puros, são embriagadores, vos ainda o sois mais! O
! por esse eivar a eito de gozos de uma existência fogosa n
gozos de uma existência fogosa nunca pude esquecer-vos! Sen
ores! aí temos vinho de Espanha, enchei os copos: — à sa
ncia fogosa nunca pude esquecer-vos! Senhores! aí temos vin
o de Espanha, enchei os copos: — à saúde das Espanholas!
nunca pude esquecer-vos! Senhores! aí temos vinho de Espan
a, enchei os copos: — à saúde das Espanholas!... . . . .
pude esquecer-vos! Senhores! aí temos vinho de Espanha, enc
ei os copos: — à saúde das Espanholas!... . . . . . . .
s vinho de Espanha, enchei os copos: — à saúde das Espan
olas!... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . Amei muito essa moça, c
amava-se Ângela. Quando eu estava decidido a casar-me com e
do após das longas noites perdidas ao relento a espreitar-l
e da sombra um aceno, um adeus, uma flor, quando após tanto
lor, quando após tanto desejo e tanta esperança eu sorvi-l
e o primeiro beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca
ança eu sorvi-lhe o primeiro beijo, tive de partir da Espan
a para Dinamarca onde me chamava meu pai. Foi uma noite de s
ro beijo, tive de partir da Espanha para Dinamarca onde me c
amava meu pai. Foi uma noite de soluços e lágrimas, de cho
chamava meu pai. Foi uma noite de soluços e lágrimas, de c
oros e de esperanças, de beijos e promessas, de amor, de vo
e promessas, de amor, de voluptuosidade no presente e de son
os no futuro... Parti. Dois anos depois foi que voltei. Quan
uando entrei na casa de meu pai, ele estava moribundo; ajoel
ou-se no seu leito e agradeceu a Deus ainda ver-me, pôs as
leito e agradeceu a Deus ainda ver-me, pôs as mãos na min
a cabeça, banhou-me a fronte de lágrimas — eram as últi
ceu a Deus ainda ver-me, pôs as mãos na minha cabeça, ban
ou-me a fronte de lágrimas — eram as últimas — depois
depois deixou-se cair, pôs as mãos no peito, e com os ol
os em mim murmurou: Deus! A voz sufocou-se-lhe na garganta:
to, e com os olhos em mim murmurou: Deus! A voz sufocou-se-l
e na garganta: todos choravam. Eu também chorava, mas era d
im murmurou: Deus! A voz sufocou-se-lhe na garganta: todos c
oravam. Eu também chorava, mas era de saudades de Ângela..
voz sufocou-se-lhe na garganta: todos choravam. Eu também c
orava, mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduz
mas era de saudades de Ângela... Logo que pude reduzir min
a fortuna a dinheiro pus-la no banco de Hamburgo, e parti pa
ades de Ângela... Logo que pude reduzir minha fortuna a din
eiro pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espanha. Qu
ue pude reduzir minha fortuna a dinheiro pus-la no banco de
amburgo, e parti para a Espanha. Quando voltei. Ângela esta
a dinheiro pus-la no banco de Hamburgo, e parti para a Espan
a. Quando voltei. Ângela estava casada e tinha um filho...
i para a Espanha. Quando voltei. Ângela estava casada e tin
a um filho... Contudo meu amor não morreu! Nem o dela! Muit
Espanha. Quando voltei. Ângela estava casada e tinha um fil
o... Contudo meu amor não morreu! Nem o dela! Muito ardente
amor não morreu! Nem o dela! Muito ardentes foram aquelas
oras de amor e de lágrimas, de saudades e beijos, de sonhos
s horas de amor e de lágrimas, de saudades e beijos, de son
os e maldições pare nos esqueceremos um do outro. . . . .
oite, dois vultos alvejavam nas sombras de um jardim, as fol
as tremiam ao ondear de um vestido, as brisas soluçavam aos
a mais doce perdido no perfume dos cabelos soltos de uma mul
er... Essa noite — foi uma loucura! foram poucas horas de
uma mulher... Essa noite — foi uma loucura! foram poucas
oras de sonhos de fogo! e quão breve passaram! Depois a ess
.. Essa noite — foi uma loucura! foram poucas horas de son
os de fogo! e quão breve passaram! Depois a essa noite segu
essa noite seguiu-se outra, outra... e muitas noites as fol
as sussurraram ao roçar de um passo misterioso, e o vento s
cortinas brancas a sombra do anjo. Quando passei, uma voz c
amou-me. Entrei. — Ângela com os pés nus, o vestido solt
Ângela com os pés nus, o vestido solto, o cabelo desgren
ado e os olhos ardentes tomou-me pela mão... Senti-lhe a m
m os pés nus, o vestido solto, o cabelo desgrenhado e os ol
os ardentes tomou-me pela mão... Senti-lhe a mão úmida...
esgrenhado e os olhos ardentes tomou-me pela mão... Senti-l
e a mão úmida.... Era escura a escada que subimos: passei
ão úmida.... Era escura a escada que subimos: passei a min
a mão molhada pela dela por meus lábios . Tinha saibo de s
... Era escura a escada que subimos: passei a minha mão mol
ada pela dela por meus lábios . Tinha saibo de sangue. —
passei a minha mão molhada pela dela por meus lábios . Tin
a saibo de sangue. — Sangue, Ângela! De quem é esse sang
sangue. — Sangue, Ângela! De quem é esse sangue? A Espan
ola sacudiu seus longos cabelos negros e riu-se. Entramos nu
um lugar para assentar-me: toquei numa mesa. Mas ao passar-l
e a mão senti-a banhada de umidade: além senti uma cabeça
r-me: toquei numa mesa. Mas ao passar-lhe a mão senti-a ban
ada de umidade: além senti uma cabeça fria como neve e mol
ada de umidade: além senti uma cabeça fria como neve e mol
ada de um líquido espesso e meio coagulado. Era sangue... Q
. Era sangue... Quando Ângela veio com a luz, eu vi... Era
orrível!... O marido estava degolado. Era uma estátua de g
, esse era o meu presente: agora será, negro embora, um son
o do meu passado. Sou tua e tua só. Foi por ti que tive for
. . . . . . . . . . . . . . . . . Foi uma vida insana a min
a com aquela mulher! Era um viajar sem fim. Ângela vestia-s
. . . . . . . . . Foi uma vida insana a minha com aquela mul
er! Era um viajar sem fim. Ângela vestia-se de homem: era u
aquela mulher! Era um viajar sem fim. Ângela vestia-se de
omem: era um formoso mancebo assim. No demais ela era como t
va a cavalo como um Árabe, e atirava as armas como um Espan
ol. Quando o vapor dos licores me ardia a fronte ela ma repo
dos licores me ardia a fronte ela ma repousava em seus joel
os, tomava um bandolim e me cantava as modas de sua terra...
ixou-me os lábios ainda queimados dos seus, e o coração c
eio de gérmen de vícios que ela aí lançara. Partiu. Mas
na paixão dos duelos. Tornei-me um ladrão nas cartas, um
omem perdido por mulheres e orgias, um espadachim terrível
s. Tornei-me um ladrão nas cartas, um homem perdido por mul
eres e orgias, um espadachim terrível e sem coração. . .
s cartas, um homem perdido por mulheres e orgias, um espadac
im terrível e sem coração. . . . . . . . . . . . . . . .
esse palácio. Depois amaram-me: a família era um nobre vel
o viúvo e uma beleza peregrina de dezoito anos. Não era am
e infernal. A pobre inocente amou-me; e eu, recebido como o
óspede de Deus sob o teto do velho fidalgo, desonrei-lhe a
me; e eu, recebido como o hóspede de Deus sob o teto do vel
o fidalgo, desonrei-lhe a filha, roubei-a, fugi com ela... E
o o hóspede de Deus sob o teto do velho fidalgo, desonrei-l
e a filha, roubei-a, fugi com ela... E o velho teve de chora
pede de Deus sob o teto do velho fidalgo, desonrei-lhe a fil
a, roubei-a, fugi com ela... E o velho teve de chorar suas c
lgo, desonrei-lhe a filha, roubei-a, fugi com ela... E o vel
o teve de chorar suas cãs manchadas na desonra de sua filha
i-lhe a filha, roubei-a, fugi com ela... E o velho teve de c
orar suas cãs manchadas na desonra de sua filha, sem poder
i-a, fugi com ela... E o velho teve de chorar suas cãs manc
adas na desonra de sua filha, sem poder vingar-se. Depois en
lho teve de chorar suas cãs manchadas na desonra de sua fil
a, sem poder vingar-se. Depois enjoei-me dessa mulher. A sac
e sua filha, sem poder vingar-se. Depois enjoei-me dessa mul
er. A saciedade é um tédio terrível. Uma noite que eu jog
. . . . Eis aí quem eu sou: se quisesse contar-vos longas
istórias do meu viver, vossas vigílias correriam breves de
reves demais… Um dia — era na Itália — saciado de vin
o e mulheres eu ia suicidar-me A noite era escura e eu chega
mais… Um dia — era na Itália — saciado de vinho e mul
eres eu ia suicidar-me A noite era escura e eu chegara só n
vinho e mulheres eu ia suicidar-me A noite era escura e eu c
egara só na praia. Subi num rochedo: daí minha última voz
e A noite era escura e eu chegara só na praia. Subi num roc
edo: daí minha última voz foi uma blasfêmia, meu último
escura e eu chegara só na praia. Subi num rochedo: daí min
a última voz foi uma blasfêmia, meu último adeus uma mald
do afogo o anelo da vida acordou-se em mim. A princípio tin
a sido uma cegueira, uma nuvem ante meus olhos, como aos daq
A princípio tinha sido uma cegueira, uma nuvem ante meus ol
os, como aos daquele que labuta na trevas. A sede da vida ve
i... Quando recobrei os sentidos estava num escaler de marin
eiros que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador
s que remavam mar em fora. Aí soube eu que meu salvador tin
a morrido afogado por minha culpa. Era uma sina, e negra; e
Aí soube eu que meu salvador tinha morrido afogado por min
a culpa. Era uma sina, e negra; e por isso ri-me; ri-me, enq
uma sina, e negra; e por isso ri-me; ri-me, enquanto os fil
os do mar choravam. Chegamos a uma corveta que estava erguen
negra; e por isso ri-me; ri-me, enquanto os filhos do mar c
oravam. Chegamos a uma corveta que estava erguendo âncora.
por isso ri-me; ri-me, enquanto os filhos do mar choravam. C
egamos a uma corveta que estava erguendo âncora. O comandan
rveta que estava erguendo âncora. O comandante era um belo
omem. Pelas faces vermelhas caiam-lhe os crespos cabelos loi
âncora. O comandante era um belo homem. Pelas faces vermel
as caiam-lhe os crespos cabelos loiros onde a velhice alveja
comandante era um belo homem. Pelas faces vermelhas caiam-l
e os crespos cabelos loiros onde a velhice alvejava algumas
ces vermelhas caiam-lhe os crespos cabelos loiros onde a vel
ice alvejava algumas cãs. Ele perguntou-me: — Quem és?
. Servirás... — Servir!?...— e ri-me: depois respondi-l
e frio: deixai que me atire ao mar... — Não queres servir
s então viajar de braços cruzados? — Não: quando for a
ora da manobra dormirei: mas quando vier a hora do combate n
o: quando for a hora da manobra dormirei: mas quando vier a
ora do combate ninguém será mais valente do que eu... —
valente do que eu... — Muito bem: gosto de ti, disse o vel
o lobo do mar. Agora que estamos conhecidos Dize-me teu nome
osto de ti, disse o velho lobo do mar. Agora que estamos con
ecidos Dize-me teu nome e tua história. — Meu nome é Ber
do mar. Agora que estamos conhecidos Dize-me teu nome e tua
istória. — Meu nome é Bertram. Minha história? escutai:
ze-me teu nome e tua história. — Meu nome é Bertram. Min
a história? escutai: o passado é um túmulo! Perguntai ao
me teu nome e tua história. — Meu nome é Bertram. Minha
istória? escutai: o passado é um túmulo! Perguntai ao sep
? escutai: o passado é um túmulo! Perguntai ao sepulcro a
istória do cadáver cujo guarda o segredo... e ele dir-vos-
a um nome — e não mais! O comandante franziu as sobrancel
as, e passou adiante para comandar a manobra. O comandante t
da esperança adormecendo esquecido entre as ondas. Os marin
eiros a respeitavam: quando pelas noites de lua ela repousav
savam junto dela se descobriam respeitosos. Nunca ninguém l
e vira olhares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cóler
o dela se descobriam respeitosos. Nunca ninguém lhe vira ol
ares de orgulho, nem lhe ouvira palavras de cólera: era uma
obriam respeitosos. Nunca ninguém lhe vira olhares de orgul
o, nem lhe ouvira palavras de cólera: era uma santa. Era a
speitosos. Nunca ninguém lhe vira olhares de orgulho, nem l
e ouvira palavras de cólera: era uma santa. Era a mulher do
nem lhe ouvira palavras de cólera: era uma santa. Era a mul
er do comandante. Entre aquele homem brutal e valente, rei b
ra: era uma santa. Era a mulher do comandante. Entre aquele
omem brutal e valente, rei bravio ao alto mar, esposado, com
neza ao Adriático, à sua garrida corveta — entre aquele
omem pois e aquela madona havia um amor de homem como palpit
garrida corveta — entre aquele homem pois e aquela madona
avia um amor de homem como palpita o peito que longas noites
entre aquele homem pois e aquela madona havia um amor de
omem como palpita o peito que longas noites abriu-se às lua
o frio das vagas e ao calor dos trópicos, que suspirou nas
oras de quarto, alta noite na amurada do navio, lembrando-a
ão, nas nuvens da tarde… Pobres doidos! parece que esses
omens amam muito! A bordo ouvi a muitos marinheiros seus amo
ece que esses homens amam muito! A bordo ouvi a muitos marin
eiros seus amores singelos: eram moças loiras da Bretanha e
rinheiros seus amores singelos: eram moças loiras da Bretan
a e da Normandia, ou alguma espanhola de cabelos negros vist
am moças loiras da Bretanha e da Normandia, ou alguma espan
ola de cabelos negros vista ao passar sentada na praia com s
com sua cesta de flores, ou adormecida entre os laranjais c
eirosos, ou dançando o fandango lascivo nos bailes ao relen
sos, ou dançando o fandango lascivo nos bailes ao relento!
ouve-as... junto a mim, muitas faces ásperas e tostadas ao
m, muitas faces ásperas e tostadas ao sol do mar que se ban
aram de lágrimas... Voltemos a história. — O comandante
as ao sol do mar que se banharam de lágrimas... Voltemos a
istória. — O comandante a estremecia como um louco: — u
te a estremecia como um louco: — um pouco menos que a sua
onra, um pouco mais que sua corveta. E ela!?... ela no meio
teza e sua palidez, ela sorria as vezes quando cismava sozin
a, mas era um sorrir tão triste que doía. Coitada! Um poet
ir tão triste que doía. Coitada! Um poeta a amaria de joel
os. Uma noite — de certo eu estava ébrio — fiz-lhe uns
e joelhos. Uma noite — de certo eu estava ébrio — fiz-l
e uns versos. Na lânguida poesia, eu derramara uma essênci
límpida que ainda não se poluíra no mundo... Bofé que c
orei quando fiz esses versos. Um dia, meses depois, li-os, r
i-me deles e de mim; e os atirei ao mar... Era a última fol
a da minha virgindade que lançava ao esquecimento... Agora,
s e de mim; e os atirei ao mar... Era a última folha da min
a virgindade que lançava ao esquecimento... Agora, enchei o
minha virgindade que lançava ao esquecimento... Agora, enc
ei os copos: o que vou dizer-vos é negro, e uma lembrança
ei os copos: o que vou dizer-vos é negro, e uma lembrança
orrível, como os pesadelos no Oceano. Com suas lágrimas, c
o Oceano. Com suas lágrimas, com seus sorrisos, com seus ol
os úmidos e os seios intumescidos de suspiros, aquela mulhe
lhos úmidos e os seios intumescidos de suspiros, aquela mul
er me enlouquecia as noites. Era como uma vida nova que nasc
e enlouquecia as noites. Era como uma vida nova que nascia c
eia de desejos, quando eu cria que todos eles eram mortos co
ado de pérolas da noite, o vento cantava nas cordas. Bebi-l
e na pureza desse luar, ao fresco dessa noite, mil beijos na
desse luar, ao fresco dessa noite, mil beijos nas faces mol
adas de lágrimas, como se bebe o orvalho de um lírio cheio
beijos nas faces molhadas de lágrimas, como se bebe o orval
o de um lírio cheio. Aquele seio palpitante, o contorno ace
molhadas de lágrimas, como se bebe o orvalho de um lírio c
eio. Aquele seio palpitante, o contorno acetinado, apertei-o
. . Uma vez ao madrugar o gajeiro assinalou um navio. Meia
ora depois desconfiou que era um pirata... Chegávamos cada
um navio. Meia hora depois desconfiou que era um pirata... C
egávamos cada vez mais perto. Um tiro de pólvora seca da c
. Então um tiro de bala foi cair nas águas do barco descon
ecido como uma luva de duelo. O barco que até então tinha
onhecido como uma luva de duelo. O barco que até então tin
a seguido rumo oposto ao nosso e vinha proa contra nossa pro
rco que até então tinha seguido rumo oposto ao nosso e vin
a proa contra nossa proa virou de bordo e apresentou-nos seu
. . . . . . . . . . . . . . O pirata fugia: a corveta deu-l
e caça: as descargas trocaram-se então mais fortes de ambo
. O combate tornou-se sangrento — era um matadouro!... o c
ão do navio escorregava de tanto sangue, o mar ansiava chei
chão do navio escorregava de tanto sangue, o mar ansiava c
eio de escumas ao boiar de tantos cadáveres. Nesta ocasião
a atrevida pôde afastar-se do perigo. Mas a explosão fez-l
e grandes estragos. Alguns minutos depois o barco do pirata
s ares. Era uma cena pavorosa ver entre aquela fogueira de c
amas, ao estrondo da pólvora, ao reverberar deslumbrador do
pólvora, ao reverberar deslumbrador do fogo nas águas, os
omens arrojados ao ar irem cair no oceano. Uns a meio queima
ua, outros com os membros esfolados e a pele a despegar-se-l
es do corpo nadavam ainda entre dores horríveis e morriam t
pele a despegar-se-lhes do corpo nadavam ainda entre dores
orríveis e morriam torcendo-se em maldições. A uma légua
torcendo-se em maldições. A uma légua da cena do combate
avia uma praia bravia, cortada de rochedos Aí se salvaram o
ua da cena do combate havia uma praia bravia, cortada de roc
edos Aí se salvaram os piratas que puderam fugir. E nesse t
e da vida, no leito do mar. Quando acordei um dia desse son
o, o navio tinha encalhado num banco de areia: o ranger da q
leito do mar. Quando acordei um dia desse sonho, o navio tin
a encalhado num banco de areia: o ranger da quilha a morder
mar. Quando acordei um dia desse sonho, o navio tinha encal
ado num banco de areia: o ranger da quilha a morder na areia
o navio tinha encalhado num banco de areia: o ranger da quil
a a morder na areia gelou a todos... Meu despertar foi a um
s... Meu despertar foi a um grito de agonia... — Olá, mul
er, taverneira maldita, não vês que o vinho acabou-se? Dep
.. — Olá, mulher, taverneira maldita, não vês que o vin
o acabou-se? Depois foi um quadro horrível! Éramos nós nu
dita, não vês que o vinho acabou-se? Depois foi um quadro
orrível! Éramos nós numa jangada no meio do mar. Vós que
oites da saciedade como eu, com a face sobre ele e com os ol
os ainda fitos nele, vistes tanta vez amanhecer, sabeis quan
e ele e com os olhos ainda fitos nele, vistes tanta vez aman
ecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles homens at
nele, vistes tanta vez amanhecer, sabeis quanto se côa de
orror ante aqueles homens atirados ao mar, num mar sem horiz
vez amanhecer, sabeis quanto se côa de horror ante aqueles
omens atirados ao mar, num mar sem horizonte, ao balanço da
de horror ante aqueles homens atirados ao mar, num mar sem
orizonte, ao balanço das águas, que parecem sufocar seu es
a de uma fatalidade! Uma noite, a tempestade veio... apenas
ouve tempo de amarrar nossas munições... Fora mister ver o
Cada vaga que varria nossas tábuas descosidas arrastava um
omem, mas cada vaga que me rugia aos pés parecia respeitar-
as do pântano de lava se apertavam: a morte era para os fil
os de Deus, não pare o bastardo do mal! Toda aquela noite,
are o bastardo do mal! Toda aquela noite, passei-a com a mul
er do comandante nos braços. Era um himeneu terrível aquel
te, passei-a com a mulher do comandante nos braços. Era um
imeneu terrível aquele que se consumava entre um descrido e
errível aquele que se consumava entre um descrido e uma mul
er pálida que enlouquecia: o tálamo era o oceano, a escuma
ábuas... Quando a aurora veio, restávamos cinco: eu, a mul
er do comandante, ele e dois marinheiros… Alguns dias come
távamos cinco: eu, a mulher do comandante, ele e dois marin
eiros… Alguns dias comemos umas bolachas repassadas da sal
te, ele e dois marinheiros… Alguns dias comemos umas bolac
as repassadas da salsugem da água do mar. Depois tudo o que
s repassadas da salsugem da água do mar. Depois tudo o que
ouve de mais horrível se passou... — Por que empalideces,
a salsugem da água do mar. Depois tudo o que houve de mais
orrível se passou... — Por que empalideces, Solfieri! a v
fieri! a vida e assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o
omem? é a escuma que ferve hoje na torrente e amanha desmai
abes como eu o sei. O que é o homem? é a escuma que ferve
oje na torrente e amanha desmaia, alguma coisa de louco e mo
ue é o homem? é a escuma que ferve hoje na torrente e aman
a desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de
as ilusões, vive-se então da seiva do futuro. Depois envel
ecemos: quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonias
-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando c
egamos aos trinta anos e o suor das agonias nos grisalhou os
ndo chegamos aos trinta anos e o suor das agonias nos grisal
ou os cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces,
r das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo e murc
aram, como nossas faces, as nossas esperanças, oscilamos en
peranças, oscilamos entre o passado visionário e este aman
ã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se b
oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do vel
o, gelado e ermo despido como um cadáver que se banha antes
do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se ban
a antes de dar a sepultura! Miséria! loucura! — Muito bem
! — Muito bem! miséria e loucura! interrompeu uma voz. O
omem que falara era um velho. A fronte se lhe descalvara e l
loucura! interrompeu uma voz. O homem que falara era um vel
o. A fronte se lhe descalvara e longas e fundas rugas a sulc
mpeu uma voz. O homem que falara era um velho. A fronte se l
e descalvara e longas e fundas rugas a sulcavam: eram ondas
gas e fundas rugas a sulcavam: eram ondas que o vento da vel
ice lhe cavava no mar da vida... Sob espessas sobrancelhas g
fundas rugas a sulcavam: eram ondas que o vento da velhice l
e cavava no mar da vida... Sob espessas sobrancelhas grisalh
velhice lhe cavava no mar da vida... Sob espessas sobrancel
as grisalhas lampejavam-lhe os olhos pardos e um espesso big
he cavava no mar da vida... Sob espessas sobrancelhas grisal
as lampejavam-lhe os olhos pardos e um espesso bigode lhe co
da vida... Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam-l
e os olhos pardos e um espesso bigode lhe cobria parte dos l
... Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam-lhe os ol
os pardos e um espesso bigode lhe cobria parte dos lábios.
isalhas lampejavam-lhe os olhos pardos e um espesso bigode l
e cobria parte dos lábios. Trazia um gibão negro e roto, e
m gibão negro e roto, e um manto desbotado, da mesma cor, l
e caia dos ombros. — Quem és, velho? perguntou o narrador
botado, da mesma cor, lhe caia dos ombros. — Quem és, vel
o? perguntou o narrador. — Passava lá fora, a chuva caia
és, velho? perguntou o narrador. — Passava lá fora, a c
uva caia a cântaros, a tempestade era medonha, entrei. Boa-
a lá fora, a chuva caia a cântaros, a tempestade era medon
a, entrei. Boa-noite, senhores! se houver mais uma taça na
cântaros, a tempestade era medonha, entrei. Boa-noite, sen
ores! se houver mais uma taça na vossa mesa, enchei-a ate a
, a tempestade era medonha, entrei. Boa-noite, senhores! se
ouver mais uma taça na vossa mesa, enchei-a ate as bordas e
noite, senhores! se houver mais uma taça na vossa mesa, enc
ei-a ate as bordas e beberei convosco. — Quem és? —Quem
e de vida. Fui poeta e como poeta cantei. Fui soldado e ban
ei minha fronte juvenil nos últimos raios de sol da águia
ida. Fui poeta e como poeta cantei. Fui soldado e banhei min
a fronte juvenil nos últimos raios de sol da águia de Wate
raios de sol da águia de Waterloo. Apertei ao fogo da batal
a a mão do homem do século. Bebi numa taverna com Bocage
da águia de Waterloo. Apertei ao fogo da batalha a mão do
omem do século. Bebi numa taverna com Bocage — o portugu
éculo. Bebi numa taverna com Bocage — o português, ajoel
ei-me na Itália sobre o túmulo de Dante e fui a Grécia pa
na Itália sobre o túmulo de Dante e fui a Grécia para son
ar como Byron naquele túmulo das glórias do passado. — Q
Sentei-me a sombra de todos os sóis, beijei lábios de mul
eres de todos os países; e de todo esse peregrinar só trou
se peregrinar só trouxe duas lembranças — um amor de mul
er que morreu nos meus braços na primeira noite de embriagu
embriaguez e de febre — e uma agonia de poeta... Dela, ten
o uma rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele ol
febre — e uma agonia de poeta... Dela, tenho uma rosa murc
a e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho t
o uma rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele ol
ai... O velho tirou do bolso um embrulho: era um lençol ver
urcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O vel
o tirou do bolso um embrulho: era um lençol vermelho o inv
seus cabelos. Dele olhai... O velho tirou do bolso um embrul
o: era um lençol vermelho o invólucro: desataram-no: dentr
.. O velho tirou do bolso um embrulho: era um lençol vermel
o o invólucro: desataram-no: dentro estava uma caveira. —
! gritaram em torno: és um profanador de sepulturas? — Ol
a, moço, se entendes a ciência de Gall e Spurzheim, dize-m
ras? — Olha, moço, se entendes a ciência de Gall e Spurz
eim, dize-me pela protuberância dessa fronte, e pelas bossa
sa fronte, e pelas bossas dessa cabeça quem podia ser esse
omem? — Talvez um poeta... talvez um louco. — Muito bem!
Talvez um poeta... talvez um louco. — Muito bem! adivin
aste. Só erraste não dizendo que talvez ambas as coisas a
ação e o entusiasmo precise da embriaguez para escrever o
ino sanguinário e fervoroso de Rouget de l'Isle, ou para, n
o de Rouget de l'Isle, ou para, na criação do painel medon
o do Cristo morto de Holbein, estudar a corrupção no cadá
ou para, na criação do painel medonho do Cristo morto de
olbein, estudar a corrupção no cadáver. Na vida misterios
osa de Dante, nas orgias de Marlowe, no peregrinar de Byron
avia uma sombra da doença de Hamlet: quem sabe? — Mas a q
lowe, no peregrinar de Byron havia uma sombra da doença de
amlet: quem sabe? — Mas a que vem tudo isso? — Não brad
es — miséria e loucura!... vós, almas onde talvez borbul
ava o sopro de Deus, cérebros que a luz divindade gênio es
cérebros que a luz divindade gênio esclarecia, e que o vin
o enchia de vapores e a saciedade de escárnios? Enchei as t
ros que a luz divindade gênio esclarecia, e que o vinho enc
ia de vapores e a saciedade de escárnios? Enchei as taças
e o vinho enchia de vapores e a saciedade de escárnios? Enc
ei as taças ate a borda! enchei-as e bebei; bebei a lembran
a saciedade de escárnios? Enchei as taças ate a borda! enc
ei-as e bebei; bebei a lembrança do cérebro que ardeu ness
rança do cérebro que ardeu nesse crânio, da alma que aí
abitou, do poeta louco — Werner! e eu bradarei ainda uma v
! e eu bradarei ainda uma vez: — miséria e loucura! O vel
o esvaziou o copo, embuçou-se e saiu. Bertram continuou a s
svaziou o copo, embuçou-se e saiu. Bertram continuou a sua
istória — Eu vos dizia que ia passar-se uma coisa horrív
a sua história — Eu vos dizia que ia passar-se uma coisa
orrível: não havia mais alimentos, e no homem despertava a
— Eu vos dizia que ia passar-se uma coisa horrível: não
avia mais alimentos, e no homem despertava a voz do instinto
sar-se uma coisa horrível: não havia mais alimentos, e no
omem despertava a voz do instinto, das entranhas que tinham
imentos, e no homem despertava a voz do instinto, das entran
as que tinham fome, que pediam seu cevo como o cão do matad
no homem despertava a voz do instinto, das entranhas que tin
am fome, que pediam seu cevo como o cão do matadouro, fosse
adouro, fosse embora sangue. A fome! a sede!... tudo quanto
á de mais horrível!... Na verdade, senhores, o homem é um
e embora sangue. A fome! a sede!... tudo quanto há de mais
orrível!... Na verdade, senhores, o homem é uma criatura p
de!... tudo quanto há de mais horrível!... Na verdade, sen
ores, o homem é uma criatura perfeita? Estatuário sublime,
do quanto há de mais horrível!... Na verdade, senhores, o
omem é uma criatura perfeita? Estatuário sublime, Deus esg
criatura perfeita? Estatuário sublime, Deus esgotou no tal
ar desse mármore todo o seu esmero. Prometeu divino, encheu
alhar desse mármore todo o seu esmero. Prometeu divino, enc
eu-lhe o crânio protuberante da luz do gênio. Ergueu-o pel
desse mármore todo o seu esmero. Prometeu divino, encheu-l
e o crânio protuberante da luz do gênio. Ergueu-o pela mã
protuberante da luz do gênio. Ergueu-o pela mão, mostrou-l
e o mundo do alto da montanha, como Satã quarenta séculos
o. Ergueu-o pela mão, mostrou-lhe o mundo do alto da montan
a, como Satã quarenta séculos depois o fez a Cristo, e dis
omo Satã quarenta séculos depois o fez a Cristo, e disse-l
e: Vê, tudo isso e belo — vales e montes, águas do mar q
so e belo — vales e montes, águas do mar que espumam, fol
as das florestas que tremem e sussurram como as asas dos meu
no véu purpúreo do crepúsculo, dourei-to aos raios de min
a face. Ei-lo rei da terra! banha a fronte olímpica nessas
, dourei-to aos raios de minha face. Ei-lo rei da terra! ban
a a fronte olímpica nessas brisas, nesse orvalho, na escuma
a terra! banha a fronte olímpica nessas brisas, nesse orval
o, na escuma dessas cataratas. Sonha como a noite, canta com
essas brisas, nesse orvalho, na escuma dessas cataratas. Son
a como a noite, canta como os anjos, dorme entre as flores!
como a noite, canta como os anjos, dorme entre as flores! Ol
a! entre as folhas floridas do vale dorme uma criatura branc
nta como os anjos, dorme entre as flores! Olha! entre as fol
as floridas do vale dorme uma criatura branca como o véu da
oridas do vale dorme uma criatura branca como o véu das min
as virgens, loira como o reflexo das minhas nuvens, harmonio
como o véu das minhas virgens, loira como o reflexo das min
as nuvens, harmoniosa como as aragens do céu nos arvoredos
das minhas virgens, loira como o reflexo das minhas nuvens,
armoniosa como as aragens do céu nos arvoredos da terra. É
— cair assim com as asas torpes e verminosas no lodo das c
arnecas? Poeta! porque no meio do arroubo mais sublime do es
.. a realidade é a matéria!?... Deus escreveu L n a ´g k
na fronte de sua criatura! — Don Juan! porque choras a es
a ´g k h na fronte de sua criatura! — Don Juan! porque c
oras a esse beijo morno de Haidea que desmaia-te nos braços
criatura! — Don Juan! porque choras a esse beijo morno de
aidea que desmaia-te nos braços?!... a prostituta vender-to
e desmaia-te nos braços?!... a prostituta vender-tos-a aman
ã mais queimadores!... Miséria!... E dizer que tudo o que
ã mais queimadores!... Miséria!... E dizer que tudo o que
á de mais divino no homem, de mais santo e perfumado na alm
. Miséria!... E dizer que tudo o que há de mais divino no
omem, de mais santo e perfumado na alma se infunde no lodo d
ado na alma se infunde no lodo da realidade, se revolve no c
arco e ache ainda uma convulsão infame pare dizer — sou f
a se infunde no lodo da realidade, se revolve no charco e ac
e ainda uma convulsão infame pare dizer — sou feliz!. . .
vulsão infame pare dizer — sou feliz!. . . Isso tudo, sen
ores, pare dizer-vos uma coisa muito simples... um fato velh
hores, pare dizer-vos uma coisa muito simples... um fato vel
o e batido, uma pratica do mar, uma lei do naufrágio — a
adáver, cujos peitos nus arquejavam como a agonia, cujos ol
ares fundos e sombrios se injetavam de sangue como a loucura
ero dizer a voz da natureza física, o brado do egoísmo do
omem —manda a morte de um para a vida de todos. Tiramos a
mandante teve por lei morrer. Então o instinto de vida se l
e despertou ainda. Por um dia mais, de existência, mais um
ito úmido e varrido pelos ventos frios do norte, mais umas
oras mortas de blasfêmia e de agonia, de esperança e deses
espero, de orações e descrenças, de febre e de ânsia, o
omem ajoelhou-se, chorou, gemeu a meus pés... — Olhai, di
orações e descrenças, de febre e de ânsia, o homem ajoel
ou-se, chorou, gemeu a meus pés... — Olhai, dizia o miser
e descrenças, de febre e de ânsia, o homem ajoelhou-se, c
orou, gemeu a meus pés... — Olhai, dizia o miserável, es
ia, o homem ajoelhou-se, chorou, gemeu a meus pés... — Ol
ai, dizia o miserável, esperemos até amanhã... Deus terá
s pés... — Olhai, dizia o miserável, esperemos até aman
ã... Deus terá compaixão de nos... Por vossa mãe, pelas
Deus terá compaixão de nos... Por vossa mãe, pelas entran
as de vossa mãe! por Deus se ele existe! deixai, deixai-me
e! por Deus se ele existe! deixai, deixai-me ainda viver! O
! a esperança é pois como uma parasita que morde e despeda
a escuma do oceano vos lava o corpo lívido e nu, quando o
orizonte é deserto e sem termo e as velas que. branqueiam a
nqueiam ao longe parecem fugir! Pobre louco! Eu ri-me do vel
o. Tinha as entranhas em fogo. Morrer hoje, amanhã, ou depo
ao longe parecem fugir! Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tin
a as entranhas em fogo. Morrer hoje, amanhã, ou depois... t
recem fugir! Pobre louco! Eu ri-me do velho. Tinha as entran
as em fogo. Morrer hoje, amanhã, ou depois... tudo me era i
ouco! Eu ri-me do velho. Tinha as entranhas em fogo. Morrer
oje, amanhã, ou depois... tudo me era indiferente, mas hoje
i-me do velho. Tinha as entranhas em fogo. Morrer hoje, aman
ã, ou depois... tudo me era indiferente, mas hoje eu tinha
er hoje, amanhã, ou depois... tudo me era indiferente, mas
oje eu tinha fome, e ri-me porque tinha fome. O velho lembro
anhã, ou depois... tudo me era indiferente, mas hoje eu tin
a fome, e ri-me porque tinha fome. O velho lembrou-me que me
era indiferente, mas hoje eu tinha fome, e ri-me porque tin
a fome. O velho lembrou-me que me acolhera a seu bordo, por
te, mas hoje eu tinha fome, e ri-me porque tinha fome. O vel
o lembrou-me que me acolhera a seu bordo, por piedade de mim
e, e ri-me porque tinha fome. O velho lembrou-me que me acol
era a seu bordo, por piedade de mim, lembrou-me que me amava
e. Parece que a morte no oceano é terrível para os outros
omens: quando o sangue lhes salpica as faces, lhes ensopa as
oceano é terrível para os outros homens: quando o sangue l
es salpica as faces, lhes ensopa as mãos, correm a morte co
a os outros homens: quando o sangue lhes salpica as faces, l
es ensopa as mãos, correm a morte como um rio ao mar, como
tremem diante da caveira fria da morte! Eu ri-me porque tin
a fome. Então o homem ergueu-se. A fúria levantou nele com
caveira fria da morte! Eu ri-me porque tinha fome. Então o
omem ergueu-se. A fúria levantou nele com a última agonia.
antou nele com a última agonia. Cambaleava e um suor frio l
e corria no peito descarnado. Apertou-me nos seus braços am
o parecia zombar desses dois moribundos que lutavam por uma
ora de agonia... O valente do combate desfalecia... caiu: pu
de agonia... O valente do combate desfalecia... caiu: pus-l
e o pé na garganta, sufoquei-o e expirou... Não cubrais o
dois dias... Depois, as aves do mar já baixavam para partil
ar minha presa; e às minhas noites fastientas uma sombra vi
as... Depois, as aves do mar já baixavam para partilhar min
a presa; e às minhas noites fastientas uma sombra vinha rec
es do mar já baixavam para partilhar minha presa; e às min
as noites fastientas uma sombra vinha reclamar sua ração d
r minha presa; e às minhas noites fastientas uma sombra vin
a reclamar sua ração de carne humana... Lancei os restos a
s fastientas uma sombra vinha reclamar sua ração de carne
umana... Lancei os restos ao mar... Eu e a mulher do comanda
ão de carne humana... Lancei os restos ao mar... Eu e a mul
er do comandante passamos um dia, dois, sem comer nem beber.
beber... Então ela propôs-me morrer comigo. — Eu disse-l
e que sim. Esse dia foi a última agonia do amor que nos que
ulsões para sentir ainda o mel fresco da voluptuosidade ban
ar-nos os lábios... Era o gozo febril que podem ter duas cr
lgada, e oferecia-ma nas mãos pálidas, dizendo que era vin
o. As gargalhadas frias vinham mais de entuviada... Estava l
ecia-ma nas mãos pálidas, dizendo que era vinho. As gargal
adas frias vinham mais de entuviada... Estava louca. Não do
os pálidas, dizendo que era vinho. As gargalhadas frias vin
am mais de entuviada... Estava louca. Não dormi, não podia
odia dormir: uma modorra ardente me fervia as pálpebras, o
álito de meu peito parecia fogo, meus lábios secos e estal
parecia fogo, meus lábios secos e estalados apenas se orval
avam de sangue. Tinha febre no cérebro... e meu estômago t
ábios secos e estalados apenas se orvalhavam de sangue. Tin
a febre no cérebro... e meu estômago tinha fome. Tinha fom
am de sangue. Tinha febre no cérebro... e meu estômago tin
a fome. Tinha fome como a fera. Apertei-a nos meus braços,
. Tinha febre no cérebro... e meu estômago tinha fome. Tin
a fome como a fera. Apertei-a nos meus braços, oprimi-lhe n
Tinha fome como a fera. Apertei-a nos meus braços, oprimi-l
e nos beiços a minha boca em fogo, apertei-a convulsivo, su
ra. Apertei-a nos meus braços, oprimi-lhe nos beiços a min
a boca em fogo, apertei-a convulsivo, sufoquei-a. Ela era ai
uei-a. Ela era ainda tão bela! Não sei que delírio estran
o se apoderou de mim. Uma vertigem me rodeava. O mar parecia
pálido como suas roupas brancas, seminu, com os cabelos ban
ados de água; eu via-o erguer-se na escuma das vagas, desap
a das vagas, como um lençol lançado nas águas... Quantas
oras, quantos dias passei naquela modorra nem o sei... Quand
quela modorra nem o sei... Quando acordei desse pesadelo de
omem desperto, estava a bordo de um navio. Era o brigue ingl
ra... Olá, taverneira, bastarda de Satã! não vês que ten
o sede, e as garrafas estão secas, secas como tua face como
naro, dormes, ou embebes-te no sabor do último trago do vin
o, da última fumaça do teu cachimbo? — Não: quando cont
bor do último trago do vinho, da última fumaça do teu cac
imbo? — Não: quando contavas tua história, lembrava-me u
tima fumaça do teu cachimbo? — Não: quando contavas tua
istória, lembrava-me uma folha da vida, folha seca e averme
— Não: quando contavas tua história, lembrava-me uma fol
a da vida, folha seca e avermelhada como as do outono e que
o contavas tua história, lembrava-me uma folha da vida, fol
a seca e avermelhada como as do outono e que o vento varreu.
stória, lembrava-me uma folha da vida, folha seca e avermel
ada como as do outono e que o vento varreu. — Uma históri
avermelhada como as do outono e que o vento varreu. — Uma
istória? — Sim: e uma das minhas historias. Sabes, Bertra
ue o vento varreu. — Uma história? — Sim: e uma das min
as historias. Sabes, Bertram, eu sou pintor... É uma lembra
vento varreu. — Uma história? — Sim: e uma das minhas
istorias. Sabes, Bertram, eu sou pintor... É uma lembrança
É uma lembrança triste essa que vou revelar, porque é a
istória de um velho e de duas mulheres, belas como duas vis
triste essa que vou revelar, porque é a história de um vel
o e de duas mulheres, belas como duas visões de luz. Godofr
vou revelar, porque é a história de um velho e de duas mul
eres, belas como duas visões de luz. Godofredo Walsh era um
uas mulheres, belas como duas visões de luz. Godofredo Wals
era um desses velhos sublimes, em cujas cabeças as cãs se
como duas visões de luz. Godofredo Walsh era um desses vel
os sublimes, em cujas cabeças as cãs semelham o diadema pr
a um desses velhos sublimes, em cujas cabeças as cãs semel
am o diadema prateado do gênio. Velho já, casara em segund
cabeças as cãs semelham o diadema prateado do gênio. Vel
o já, casara em segundas núpcias com uma beleza de vinte a
ivia de servir de modelo. O fato e que ele a queria como fil
a, como Laura, a filha única de seu primeiro casamento, Lau
elo. O fato e que ele a queria como filha, como Laura, a fil
a única de seu primeiro casamento, Laura!... corada como um
inta anos lá vão, que ainda os cabelos e as faces me não
aviam desbotado como nesses longos quarenta e dois anos de v
o Rafael se retratou no quadro da galeria Barberini. Eu tin
a quase a idade da mulher do mestre. Nauza tinha vinte e eu
o quadro da galeria Barberini. Eu tinha quase a idade da mul
er do mestre. Nauza tinha vinte e eu tinha dezoito anos. Ame
erini. Eu tinha quase a idade da mulher do mestre. Nauza tin
a vinte e eu tinha dezoito anos. Amei-a; mas meu amor era pu
uase a idade da mulher do mestre. Nauza tinha vinte e eu tin
a dezoito anos. Amei-a; mas meu amor era puro como meus sonh
ha dezoito anos. Amei-a; mas meu amor era puro como meus son
os de dezoito anos. Nauza também me amava: era um sentir t
era uma emoção solitária e perfumosa como as primaveras c
eias de flores e de brisas que nos embalavam aos céus da It
mbalavam aos céus da Itália. Como eu o disse: o mestre tin
a uma filha chamada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos
os céus da Itália. Como eu o disse: o mestre tinha uma fil
a chamada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos castanhos
éus da Itália. Como eu o disse: o mestre tinha uma filha c
amada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos castanhos e ol
filha chamada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos castan
os e olhos azulados; sua tez era branca, e só às vezes, qu
amada Laura. Era uma moca pálida, de cabelos castanhos e ol
os azulados; sua tez era branca, e só às vezes, quando o p
nca, e só às vezes, quando o pejo a incendia, duas rosas l
e avermelhavam a face e se destacavam no fundo de mármore.
às vezes, quando o pejo a incendia, duas rosas lhe avermel
avam a face e se destacavam no fundo de mármore. Laura pare
ando eu ia deitar-me, ao passar pelo corredor escuro com min
a lâmpada,, uma sombra me apagava a luz e um beijo me pousa
sava nas faces, nas trevas. Muitas noites foi assim. Uma man
ã — eu dormia ainda — o mestre saíra e Nauza fora a ig
Nauza fora a igreja, quando Laura entrou no meu quarto e fec
ou a porta: deitou-se a meu lado. Acordei nos braços dela.
nzela a bater sobre o meu, isso tudo... ao despertar dos son
os alvos da madrugada, me enlouqueceu... Todas as manhãs La
os sonhos alvos da madrugada, me enlouqueceu... Todas as man
ãs Laura vinha a meu quarto... Três meses passaram assim.
s da madrugada, me enlouqueceu... Todas as manhãs Laura vin
a a meu quarto... Três meses passaram assim. Um dia entrou
ro? Eu calei-me. — Não me amas então? Eu calei-me. — O
! Gennaro! Gennaro! E caiu no meu ombro desfeita em soluços
seu quarto. Nunca mais tornou a falar-me em casamento. Que
avia de eu fazer? contar tudo ao pai e pedi-la em casamento?
se mais pálida, mas a gravidez não crescia, antes mais nen
um sinal se lhe notava ... O velho levava as noites passeand
a, mas a gravidez não crescia, antes mais nenhum sinal se l
e notava ... O velho levava as noites passeando no escuro. J
ão crescia, antes mais nenhum sinal se lhe notava ... O vel
o levava as noites passeando no escuro. Já não pintava. Ve
as noites passeando no escuro. Já não pintava. Vendo a fil
a que morria aos sons secretos de uma harmonia de morte, que
pintava. Vendo a filha que morria aos sons secretos de uma
armonia de morte, que empalidecia cada vez mais, o misérrim
mesmo: eram sempre noites de esperança e de sede que me ban
avam de lágrimas o travesseiro. Só as vezes a sombra de um
gem dela dissipava todas essas névoas ... Uma noite... foi
orrível... vieram chamar-me: Laura morria. Na febre murmura
das essas névoas ... Uma noite... foi horrível... vieram c
amar-me: Laura morria. Na febre murmurava meu nome e palavra
avras que ninguém podia reter, tão apressadas e confusas l
e soavam. Entrei no quarto dela: a doente conheceu-me. Ergue
s e confusas lhe soavam. Entrei no quarto dela: a doente con
eceu-me. Ergueu-se branca, com a face úmida de um suor copi
e. Ergueu-se branca, com a face úmida de um suor copioso, c
amou-me. Sentei-me junto do leito dela. Apertou minha mão n
pioso, chamou-me. Sentei-me junto do leito dela. Apertou min
a mão nas suas mãos frias e murmurou em meus ouvidos: —
rei... Fui uma louca... Morrerei... por tua causa... teu fil
o... o meu... vou vê-lo ainda... mas no céu... Meu filho q
filho... o meu... vou vê-lo ainda... mas no céu... Meu fil
o que matei... antes de nascer... Deu um grito, estendeu con
otas de uma bebida, estorceu-se no leito, lívida, fria, ban
ada de suor gelado, e arquejou... Era o último suspiro. Um
último suspiro. Um ano todo se passou assim para mim. O vel
o parecia endoidecido. Todas as noites fechava-se no quarto
m para mim. O velho parecia endoidecido. Todas as noites fec
ava-se no quarto onde morrera Laura: levava aí a noite toda
orrera Laura: levava aí a noite toda em solidão. Dormia? a
que não! Longas horas eu o escutei no silêncio arfar com
a aí a noite toda em solidão. Dormia? ah que não! Longas
oras eu o escutei no silêncio arfar com ânsia, outras veze
ar-se em soluços. Depois tudo emudecia: o silêncio durava
oras; o quarto era escuro; e depois as passadas pesadas do m
que cambaleia. Uma noite eu disse a Nauza que a amava: ajoel
ei-me junto dela, beijei-lhe as mãos, reguei seu colo de l
disse a Nauza que a amava: ajoelhei-me junto dela, beijei-l
e as mãos, reguei seu colo de lágrimas. Ela voltou a face:
pois; perdoai-me se vos ofendi; meu amor é uma loucura, min
a vida é uma desesperança — o que me resta? Adeus, irei
e resta? Adeus, irei longe daqui... talvez então eu possa c
orar sem remorso... Tomei-lhe a mão e beijei-a. Ela deixou
aqui... talvez então eu possa chorar sem remorso... Tomei-l
e a mão e beijei-a. Ela deixou sua mão nos meus lábios. Q
s lábios. Quando ergui a cabeça, eu a vi: ela estava debul
ada em lágrimas. — Nauza! Nauza! uma palavra, tu me amas?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tudo o mais foi um son
o: a lua passava entre os vidros da janela aberta e batia ne
es que o mestre passava soluçando no leito vazio de sua fil
a, eu as passava no leito dele, nos braços de Nauza. Uma no
u as passava no leito dele, nos braços de Nauza. Uma noite
ouve um fato pasmoso. O mestre veio ao leito de Nauza. Gemia
um fato pasmoso. O mestre veio ao leito de Nauza. Gemia e c
orava aquela voz cavernosa e rouca: tomou-me pelo braço com
-me e levou-me de rasto ao quarto de Laura... Atirou-me ao c
ão: fechou a porta. Uma lâmpada estava acesa no quarto def
ou-me de rasto ao quarto de Laura... Atirou-me ao chão: fec
ou a porta. Uma lâmpada estava acesa no quarto defronte de
brei-me que naquele dia ao sair do quarto da morta, no espel
o dela que estava ainda pendurado a janela, eu me horrorizar
no espelho dela que estava ainda pendurado a janela, eu me
orrorizara de ver-me cadavérico... Um tremor, um calafrio s
avérico... Um tremor, um calafrio se apoderou de mim. Ajoel
ei-me, e chorei lágrimas ardentes. Confessei tudo: parecia-
Um tremor, um calafrio se apoderou de mim. Ajoelhei-me, e c
orei lágrimas ardentes. Confessei tudo: parecia-me que era
stre conversou comigo friamente. Lamentou a falta de sua fil
a, mas sem uma lágrima. Mas sobre o passado na noite, nem p
a que tudo vira c tudo ouvira, que se acordara e sentira min
a falta no leito, que ouvira esses soluços e gemidos, e cor
. . . . . . . . . . Uma noite, depois da ceia, o mestre Wals
tomou sua capa e uma lanterna e chamou-me para acompanhá-l
is da ceia, o mestre Walsh tomou sua capa e uma lanterna e c
amou-me para acompanhá-lo. Tinha de sair fora da cidade e n
Walsh tomou sua capa e uma lanterna e chamou-me para acompan
á-lo. Tinha de sair fora da cidade e não queria ir só. Sa
sua capa e uma lanterna e chamou-me para acompanhá-lo. Tin
a de sair fora da cidade e não queria ir só. Saímos junto
. Saímos juntos: a noite era escura e fria. O outono desfol
ara as árvores e os primeiros sopros do inverno rugiam nas
as árvores e os primeiros sopros do inverno rugiam nas fol
as secas do chão. Caminhamos juntos muito tempo: cada vez m
os primeiros sopros do inverno rugiam nas folhas secas do c
ão. Caminhamos juntos muito tempo: cada vez mais nos entran
os sopros do inverno rugiam nas folhas secas do chão. Camin
amos juntos muito tempo: cada vez mais nos entranhávamos pe
ão. Caminhamos juntos muito tempo: cada vez mais nos entran
ávamos pelas montanhas, cada vez o caminho era mais solitá
s muito tempo: cada vez mais nos entranhávamos pelas montan
as, cada vez o caminho era mais solitário. O velho parou. E
ez mais nos entranhávamos pelas montanhas, cada vez o camin
o era mais solitário. O velho parou. Era na fralda de uma m
las montanhas, cada vez o caminho era mais solitário. O vel
o parou. Era na fralda de uma montanha. À direita o rochedo
mais solitário. O velho parou. Era na fralda de uma montan
a. À direita o rochedo se abria num trilho: à esquerda as
velho parou. Era na fralda de uma montanha. À direita o roc
edo se abria num trilho: à esquerda as pedras soltas por no
alda de uma montanha. À direita o rochedo se abria num tril
o: à esquerda as pedras soltas por nossos pés a cada passa
ssos pés a cada passada se despegavam e rolavam pelo despen
adeiro e, instantes depois, se ouvia um som como de água on
A noite era escuríssima. Apenas a lanterna alumiava o camin
o tortuoso que seguíamos. O velho lançou os olhos à escur
a lanterna alumiava o caminho tortuoso que seguíamos. O vel
o lançou os olhos à escuridão do abismo e se riu. — Esp
ava o caminho tortuoso que seguíamos. O velho lançou os ol
os à escuridão do abismo e se riu. — Espera-me aí, diss
o do abismo e se riu. — Espera-me aí, disse ele, já ven
o. Godofredo tomou a lanterna e seguiu para o cume da montan
o. Godofredo tomou a lanterna e seguiu para o cume da montan
a: eu sentei-me no caminho à sua espera: vi aquela luz ora
erna e seguiu para o cume da montanha: eu sentei-me no camin
o à sua espera: vi aquela luz ora perder-se, ora reaparecer
, ora reaparecer entre os arvoredos nos ziguezagues do camin
o. Por fim vi-a parar. O velho bateu a porta de uma cabana:
oredos nos ziguezagues do caminho. Por fim vi-a parar. O vel
o bateu a porta de uma cabana: a porta abriu-se. Entrou. O q
se passou nem o sei: quando a porta abriu-se de novo uma mul
er lívida e desgrenhada apareceu com um facho na mão. A po
quando a porta abriu-se de novo uma mulher lívida e desgren
ada apareceu com um facho na mão. A porta fechou-se. Alguns
de novo uma mulher lívida e desgrenhada apareceu com um fac
o na mão. A porta fechou-se. Alguns minutos depois o mestre
ida e desgrenhada apareceu com um facho na mão. A porta fec
ou-se. Alguns minutos depois o mestre estava comigo. O velho
chou-se. Alguns minutos depois o mestre estava comigo. O vel
o assentou a lanterna num rochedo, despiu a capa e disse-me:
o mestre estava comigo. O velho assentou a lanterna num roc
edo, despiu a capa e disse-me: — Gennaro, quero contar-te
despiu a capa e disse-me: — Gennaro, quero contar-te uma
istória. É um crime, quero que sejas juiz dele. Um velho e
ma história. É um crime, quero que sejas juiz dele. Um vel
o era casado com uma moça bela. De outras núpcias tinha um
velho era casado com uma moça bela. De outras núpcias tin
a uma filha bela também Um aprendiz — um miserável que e
casado com uma moça bela. De outras núpcias tinha uma fil
a bela também Um aprendiz — um miserável que ele erguera
ele erguera da poeira, como o vento às vezes ergue uma fol
a, mas que ele podia reduzir a ela quando quisesse… Eu est
e podia reduzir a ela quando quisesse… Eu estremeci, os ol
ares do velho pareciam ferir-me. — Nunca ouviste essa hist
zir a ela quando quisesse… Eu estremeci, os olhares do vel
o pareciam ferir-me. — Nunca ouviste essa história, meu b
olhares do velho pareciam ferir-me. — Nunca ouviste essa
istória, meu bom Gennaro? — Nunca, disse eu a custo e tre
o e tremendo. — Pois bem, esse infame desonrou o pobre vel
o, traiu-o como Judas ao Cristo. — Mestre, perdão! — Pe
! — Perdão! e perdoou o malvado ao pobre coração do vel
o? — Piedade! — E teve ele dó da virgem, da desonra, da
E teve ele dó da virgem, da desonra, da infanticida? — A
! gritei. — Que tens? conheces o criminoso? A voz de escá
a desonra, da infanticida? — Ah! gritei. — Que tens? con
eces o criminoso? A voz de escárnio dele me abafava. — V
afava. — Vês pois, Gennaro, disse ele mudando de tom, se
ouvesse um castigo pior que a morte, eu to daria. Olha esse
om, se houvesse um castigo pior que a morte, eu to daria. Ol
a esse despenhadeiro! É medonho! se o visses de dia, teus o
e um castigo pior que a morte, eu to daria. Olha esse despen
adeiro! É medonho! se o visses de dia, teus olhos se escure
que a morte, eu to daria. Olha esse despenhadeiro! É medon
o! se o visses de dia, teus olhos se escureceriam e aí rola
esse despenhadeiro! É medonho! se o visses de dia, teus ol
os se escureceriam e aí rolarias talvez de vertigem! É um
m túmulo seguro; e guardará o segredo, como um peito o pun
al. Só os corvos irão lá ver-te, só os corvos e os verme
ltima oração: mas seja breve. O algoz espera a vítima, a
iena tem fome de cadáver… Eu estava ali pendente junto à
me de cadáver… Eu estava ali pendente junto à morte. Tin
a só a escolher o suicídio ou ser assassinado. Matar o vel
… Eu estava ali pendente junto à morte. Tinha só a escol
er o suicídio ou ser assassinado. Matar o velho era imposs
a só a escolher o suicídio ou ser assassinado. Matar o vel
o era impossível. Uma luta entre mim e ele fora insana. Ele
estava... Só me restaria morrer com ele, arrastá-lo na min
a queda. Mas para que? E curvei-me no abismo: tudo era negro
o lá gemia embaixo nos ramos desnudos, nas urzes, nos espin
ais ressequidos, e a torrente lá chocalhava no fundo escuma
os, nas urzes, nos espinhais ressequidos, e a torrente lá c
ocalhava no fundo escumando nas pedras. Eu tive medo. Oraç
as urzes, nos espinhais ressequidos, e a torrente lá chocal
ava no fundo escumando nas pedras. Eu tive medo. Orações,
ameaças, tudo seria debalde. — Estou pronto, disse. O vel
o riu-se: infernal era aquele rir dos seus lábios estalados
a pela mão, mas a mão cansa, fraqueja, sua, esfria... Era
orrível: ramo a ramo, folha por folha os arbustos me estala
sa, fraqueja, sua, esfria... Era horrível: ramo a ramo, fol
a por folha os arbustos me estalavam nas mãos, as raízes s
ja, sua, esfria... Era horrível: ramo a ramo, folha por fol
a os arbustos me estalavam nas mãos, as raízes secas que s
estalavam nas mãos, as raízes secas que saiam pelo despen
adeiro estalavam sobre meu peso e meu peito sangrava nos esp
eiro estalavam sobre meu peso e meu peito sangrava nos espin
ais. A queda era muito rápida… De repente não senti mais
o acordei estava junto a uma cabana de camponeses que me tin
am apanhado junto da torrente, preso nos ramos de uma azinhe
i estava junto a uma cabana de camponeses que me tinham apan
ado junto da torrente, preso nos ramos de uma azinheira giga
nham apanhado junto da torrente, preso nos ramos de uma azin
eira gigantesca que assombrava o rio. Era depois de um dia e
o: ir ter com o mestre. Ao ver-me salvo assim daquela morte
orrível, pode ser que se apiedasse de mim, que me perdoasse
doasse, e então eu seria seu escravo, seu cão, tudo o que
ouvesse mais abjeto num homem que se humilha — tudo! — c
seu escravo, seu cão, tudo o que houvesse mais abjeto num
omem que se humilha — tudo! — contanto que ele me perdoa
seu cão, tudo o que houvesse mais abjeto num homem que se
umilha — tudo! — contanto que ele me perdoasse. Viver co
cão, tudo o que houvesse mais abjeto num homem que se humil
a — tudo! — contanto que ele me perdoasse. Viver com aqu
aquele remorso me parecia impossível. Parti pois: no camin
o topei um punhal. Ergui-o: era o do mestre. Veio-me então
me parecia impossível. Parti pois: no caminho topei um pun
al. Ergui-o: era o do mestre. Veio-me então uma idéia de v
ia de vingança e de soberba. Ele quisera matar-me, ele tin
a rido à minha agonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos p
a e de soberba. Ele quisera matar-me, ele tinha rido à min
a agonia e eu havia ir chorar-lhe ainda aos pés para ele re
. Ele quisera matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu
avia ir chorar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda,
era matar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia ir c
orar-lhe ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir-me
ar-me, ele tinha rido à minha agonia e eu havia ir chorar-l
e ainda aos pés para ele repelir-me ainda, cuspir-me nas fa
pés para ele repelir-me ainda, cuspir-me nas faces, e aman
ã procurar outra vingança mais segura?... Eu humilhar-me q
aces, e amanhã procurar outra vingança mais segura?... Eu
umilhar-me quando ele me tinha abatido! Os cabelos me arrepi
e amanhã procurar outra vingança mais segura?... Eu humil
ar-me quando ele me tinha abatido! Os cabelos me arrepiaram
a vingança mais segura?... Eu humilhar-me quando ele me tin
a abatido! Os cabelos me arrepiaram na cabeça, e suor frio
iaram na cabeça, e suor frio me rolava pelo rosto. Quando c
eguei a casa do mestre achei-a fechada. Bati... não abriram
rio me rolava pelo rosto. Quando cheguei a casa do mestre ac
ei-a fechada. Bati... não abriram. O jardim da casa dava pa
lava pelo rosto. Quando cheguei a casa do mestre achei-a fec
ada. Bati... não abriram. O jardim da casa dava para a rua:
a deserto e as portas que davam para ele estavam também fec
adas. Uma delas era fraca: com pouco esforço arrombei-a. Ao
só o eco respondeu nas salas. Todas as janelas estavam fec
adas: nem uma lamparina acesa. Caminhei tateando ate a sala
as janelas estavam fechadas: nem uma lamparina acesa. Camin
ei tateando ate a sala do pintor. Cheguei lá, abri as janel
a lamparina acesa. Caminhei tateando ate a sala do pintor. C
eguei lá, abri as janelas e a luz do dia derramou-se na sal
bri as janelas e a luz do dia derramou-se na sala deserta. C
eguei então ao quarto de Nauza, abri a porta e um bafo pest
raio da luz bateu em uma mesa. Junto estava uma forma de mul
er com a face na mesa, e os cabelos caídos: atirado numa po
te. Entre eles um copo onde se depositara um resíduo polvil
ento. Ao pé estava um frasco vazio. Depois eu o soube — a
. Ao pé estava um frasco vazio. Depois eu o soube — a vel
a da cabana era uma mulher que vendia veneno e fora ela dece
o vazio. Depois eu o soube — a velha da cabana era uma mul
er que vendia veneno e fora ela decerto que o vendera, porqu
pó branco do copo parecia sê-lo... Ergui os cabelos da mul
er, levantei-lhe a cabeça... — Era Nauza!... mas Nauza ca
opo parecia sê-lo... Ergui os cabelos da mulher, levantei-l
e a cabeça... — Era Nauza!... mas Nauza cadáver, já des
o; ressoou no pavimento o estalo do crânio... — Era o vel
o!... morto também e roxo e apodrecido!... Eu o vi: — da
morto também e roxo e apodrecido!... Eu o vi: — da boca l
e corria uma escuma esverdeada. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V CLAUDIUS
ERMANN . . . Ecstacy! My guise as yours doth temperately kee
. . V CLAUDIUS HERMANN . . . Ecstacy! My guise as yours dot
temperately keep time And makes a healthful music: It is no
y! My guise as yours doth temperately keep time And makes a
ealthful music: It is not madness. That I have utter'd. Haml
guise as yours doth temperately keep time And makes a healt
ful music: It is not madness. That I have utter'd. Hamlet. S
keep time And makes a healthful music: It is not madness. T
at I have utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu, Hermann! Ch
time And makes a healthful music: It is not madness. That I
ave utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu, Hermann! Chegou a
a healthful music: It is not madness. That I have utter'd.
amlet. Shakespeare — E tu, Hermann! Chegou a tua vez. Um p
ful music: It is not madness. That I have utter'd. Hamlet. S
akespeare — E tu, Hermann! Chegou a tua vez. Um por um evo
madness. That I have utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu,
ermann! Chegou a tua vez. Um por um evocamos ao cemitério d
hat I have utter'd. Hamlet. Shakespeare — E tu, Hermann! C
egou a tua vez. Um por um evocamos ao cemitério do passado
os ao cemitério do passado um cadáver. Um por um erguemo-l
e o sudário para amostrar-lhe uma nódoa de sangue. Fala qu
m cadáver. Um por um erguemo-lhe o sudário para amostrar-l
e uma nódoa de sangue. Fala que chegou tua vez. — Claudiu
sudário para amostrar-lhe uma nódoa de sangue. Fala que c
egou tua vez. — Claudius sonha algum soneto ao jeito do Pe
nódoa de sangue. Fala que chegou tua vez. — Claudius son
a algum soneto ao jeito do Petrarca, alguma auréola de pure
itos puros da Messiada! disse entre uma fumaça e uma gargal
ada Johann erguendo a cabeça da mesa. — Pois bem! quereis
ros da Messiada! disse entre uma fumaça e uma gargalhada Jo
ann erguendo a cabeça da mesa. — Pois bem! quereis um his
Johann erguendo a cabeça da mesa. — Pois bem! quereis um
istoria? Eu pudera conta-las, como vos, loucuras de noites d
ara que? Fora escárnio Faust ir lembrar a Mefistóteles as
oras de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas min
oras de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas min
as nuvens do passado, leste-lo à farta o livro desbotado de
uvens do passado, leste-lo à farta o livro desbotado de min
a existência libertina. Se o não lembrásseis, a primeira
xistência libertina. Se o não lembrásseis, a primeira mul
er das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que se cha
lher das ruas pudera conta-lo. Nessa torrente negra que se c
ama a vida, e que corre para o passado enquanto nos caminham
chama a vida, e que corre para o passado enquanto nos camin
amos para o futuro, também desfolhei muitas crenças, e lan
assado enquanto nos caminhamos para o futuro, também desfol
ei muitas crenças, e lancei despidas as minhas roupas mais
também desfolhei muitas crenças, e lancei despidas as min
as roupas mais perfumadas, para trajar a túnica da Saturnal
nica da Saturnal! O passado é o que foi, é a flor que murc
ou, o sol que se apagou, o cadáver que apodreceu. Lágrimas
s: uma dessas coisas que se contêm com os cotovelos na toal
a vermelha, e os lábios borrifados de vinho e saciados de b
ssas coisas que se contêm com os cotovelos na toalha vermel
a, e os lábios borrifados de vinho e saciados de beijos...
cotovelos na toalha vermelha, e os lábios borrifados de vin
o e saciados de beijos... Mas que importa ? Vos todos, que a
tes um dia correr naquele abismo uma onda de ouro e redemoin
ar-lhe no fundo, como um mar de esperanças que se embate na
m dia correr naquele abismo uma onda de ouro e redemoinhar-l
e no fundo, como um mar de esperanças que se embate na ress
de esperanças que se embate na ressaca do acaso, sabeis mel
or que vertigem nos tonteia então... ideai-la melhor a louc
abeis melhor que vertigem nos tonteia então... ideai-la mel
or a loucura que nos delira naqueles jogos de milhares de ho
eai-la melhor a loucura que nos delira naqueles jogos de mil
ares de homens, onde fortuna, aspirações, a vida mesma vã
lhor a loucura que nos delira naqueles jogos de milhares de
omens, onde fortuna, aspirações, a vida mesma vão-se na r
mplexo de misérias e desejos, de crimes e virtudes que se c
ama a existência se joga numa parelha de cavalos! Apostei c
mes e virtudes que se chama a existência se joga numa parel
a de cavalos! Apostei como homem a quem não doera empobrece
a existência se joga numa parelha de cavalos! Apostei como
omem a quem não doera empobrecer: o luxo também sacia, e e
lupercais romanas, nem os incêndios de uma cidade inteira l
e alimentariam a seiva de morte, essa vitalidade do veneno d
idade do veneno de que fala Byron. Meu lance no turf foi min
a fortuna inteira. Eu era rico, muito rico então: em Londre
ndres ninguém ostentava mais dispendiosas devassidões: nen
um nababo numa noite esperdiçava somas como eu. O suor de t
três gerações derramava-o eu no leito das perdidas e no c
ão das minhas orgias. No instante em que as corridas iam co
ões derramava-o eu no leito das perdidas e no chão das min
as orgias. No instante em que as corridas iam começar, em q
. e depois eram as frontes que se expandiam e depois uma mul
er passou a cavalo. Víssei-la como eu, no cavalo negro, com
cavalo negro, com as roupas de veludo, as faces vivas, o ol
ar ardente entre o desdém dos cílios, transluzindo a rainh
har ardente entre o desdém dos cílios, transluzindo a rain
a em todo aquele ademã soberbo: víssei-la bela na sua bele
e ademã soberbo: víssei-la bela na sua beleza plástica e
armônica, linda nas suas cores puras e acetinadas, nos cabe
tando nas roupas de amazona: víssei-la assim e, à fé, sen
ores, que não havíeis rir de escárnio como rides agora!
de amazona: víssei-la assim e, à fé, senhores, que não
avíeis rir de escárnio como rides agora! — Romantismo! d
os secos de Lovelace e na tua insensibilidade de D. Juan ven
a a poesia ainda passar-te um beijo! — Ride, sim! misérri
Lovelace e como arqueja o amor sob as roupas gotejantes de c
uvas de D. Juan —o libertino! Insano, que nunca sonhastes
s de chuvas de D. Juan —o libertino! Insano, que nunca son
astes Lovelace sem sua máscara talvez chorando Clarisse Har
sano, que nunca sonhastes Lovelace sem sua máscara talvez c
orando Clarisse Harlowe, pobre anjo, cujas asas brancas ele
onhastes Lovelace sem sua máscara talvez chorando Clarisse
arlowe, pobre anjo, cujas asas brancas ele ia desbotar maldi
mor uma infâmia e um crime. Mil vezes insanos que nunca son
astes o Espanhol acordando no lupanar, passando a mão pela
ia e um crime. Mil vezes insanos que nunca sonhastes o Espan
ol acordando no lupanar, passando a mão pela fronte e rugin
! poesia! murmurou Bertram. — Poesia! por que pronunciar-l
o à virgem casta o nome santo como um mistério, no lodo es
— Meio cento de palavras sonoras e vãs que um pugilo de
omens pálidos entende, uma escada de sons e harmonias que a
um pugilo de homens pálidos entende, uma escada de sons e
armonias que aquelas almas loucas parecem idéias e lhes des
ons e harmonias que aquelas almas loucas parecem idéias e l
es despertam ilusões como a lua as sombras... Isto no que s
despertam ilusões como a lua as sombras... Isto no que se c
ama os poetas. Agora, no ideal, na mulher, o ressaibo do úl
s... Isto no que se chama os poetas. Agora, no ideal, na mul
er, o ressaibo do último romance, o delírio e a paixão da
saibo do último romance, o delírio e a paixão da última
eroína de novela e o presente incerto e vago de um gozo mí
... — Silêncio, Bertram! teu cérebro queimaram-to os vin
os, como a lava de um vulcão as relvas e flores da campina.
mpina. Silêncio! és como essas plantas que nascem e mergul
am no mar morto: cobre-as uma cristalização calcária, enf
, enfezam-se e mirram. A poesia, eu to direi também por min
a vez, é o vôo das aves da manhã no banho morno das nuven
eu to direi também por minha vez, é o vôo das aves da man
ã no banho morno das nuvens vermelhas da madrugada, é o ce
i também por minha vez, é o vôo das aves da manhã no ban
o morno das nuvens vermelhas da madrugada, é o cervo que se
o vôo das aves da manhã no banho morno das nuvens vermel
as da madrugada, é o cervo que se role no orvalho da montan
vens vermelhas da madrugada, é o cervo que se role no orval
o da montanha relvosa, que se esquece da morte de amanhã, d
as da madrugada, é o cervo que se role no orvalho da montan
a relvosa, que se esquece da morte de amanhã, da agonia de
orvalho da montanha relvosa, que se esquece da morte de aman
ã, da agonia de ontem em seu leito de flores! — Basta, Cl
o entende: são palavras, palavras e palavras, como o disse
amlet; e tudo isso é inanido e vazio como uma caveira seca,
erra que o sol no crepúsculo irisa de mil cores, e que se c
amam as nuvens, ou essa fada zombadora e nevoenta que se cha
chamam as nuvens, ou essa fada zombadora e nevoenta que se c
ama a poesia! — A história! a historia! Claudius, não v
essa fada zombadora e nevoenta que se chama a poesia! — A
istória! a historia! Claudius, não vês que essa discussã
badora e nevoenta que se chama a poesia! — A história! a
istoria! Claudius, não vês que essa discussão nos fez boc
os fez bocejar de tédio? — Pois bem, contarei o resto da
istória. No fim desse dia eu tinha dobrado minha fortuna. N
bem, contarei o resto da história. No fim desse dia eu tin
a dobrado minha fortuna. No dia seguinte eu a vi: era no tea
o resto da história. No fim desse dia eu tinha dobrado min
a fortuna. No dia seguinte eu a vi: era no teatro. Não sei
sei o que ouvi, nem o que vi; sei só que lá estava uma mul
er, bela como tudo quanto passa mais puro à concepção do
anto passa mais puro à concepção do estatuário. Essa mul
er era a duquesa Eleonora... No outro dia vi-a num baile...
com a sede da fera! seis meses! como foram longos! Um dia ac
ei que era demais. Todo esse tempo havia passado em contempl
foram longos! Um dia achei que era demais. Todo esse tempo
avia passado em contemplação, em vê-la, ama-la e sonhá-l
mpo havia passado em contemplação, em vê-la, ama-la e son
á-la: apertei minhas mãos jurando que isso não iria além
m contemplação, em vê-la, ama-la e sonhá-la: apertei min
as mãos jurando que isso não iria além, que era muito esp
le, adormecia num diva. A lâmpada de alabastro estremecia-l
e sua luz dourada na testa pálida. Parecia uma fade que dor
que dormia ao luar... O reposteiro do quarto agitou-se: um
omem aí estava parado, absorto. Tinha a cabeça tão quente
o quarto agitou-se: um homem aí estava parado, absorto. Tin
a a cabeça tão quente e febril e ele a repousava no portal
repousava no portal. A fraqueza era covarde: e demais, esse
omem comprara uma chave e uma hora a infâmia venal de um cr
A fraqueza era covarde: e demais, esse homem comprara uma c
ave e uma hora a infâmia venal de um criado, esse homem jur
era covarde: e demais, esse homem comprara uma chave e uma
ora a infâmia venal de um criado, esse homem jurava que nes
ra uma chave e uma hora a infâmia venal de um criado, esse
omem jurava que nessa noite gozaria aquela mulher: fosse emb
criado, esse homem jurava que nessa noite gozaria aquela mul
er: fosse embora veneno, ele beberia o mel daquela flor, o l
or de escarlate daquela taça. Quanto a esses prejuízos de
onra e adultério, não riais deles — não que ele ria dis
ele ria disso. Amava e queria: a sua vontade era como a fol
a de um punhal — ferir ou estalar. Na mesa havia um copo e
so. Amava e queria: a sua vontade era como a folha de um pun
al — ferir ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco d
era como a folha de um punhal — ferir ou estalar. Na mesa
avia um copo e um frasco de vinho, encheu o copo: era vinho
ferir ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco de vin
o, encheu o copo: era vinho espanhol... Chegou-se a ela, erg
ou estalar. Na mesa havia um copo e um frasco de vinho, enc
eu o copo: era vinho espanhol... Chegou-se a ela, ergueu-a c
a havia um copo e um frasco de vinho, encheu o copo: era vin
o espanhol... Chegou-se a ela, ergueu-a com suas roupas de v
um copo e um frasco de vinho, encheu o copo: era vinho espan
ol... Chegou-se a ela, ergueu-a com suas roupas de veludo de
e um frasco de vinho, encheu o copo: era vinho espanhol... C
egou-se a ela, ergueu-a com suas roupas de veludo desatadas,
draria e flores, seus seios meio-nus, onde os diamantes bril
avam como gotas de orvalho, ergueu-a nos braços, deu-lhe um
os meio-nus, onde os diamantes brilhavam como gotas de orval
o, ergueu-a nos braços, deu-lhe um beijo. Ao
brilhavam como gotas de orvalho, ergueu-a nos braços, deu-l
e um beijo. Ao


9. Pênis

, seu pênis era muito pequeno e eu broxei.

10. Pitita

Coloquei na pitita dela, mas tirei fora ‎
!

11. Espanando

Você espanou na
"H".
Você espanou na
ora "H".
Você espanou na hora "
".

12. Coca cola

ca cola, fica esfregando o rabo nos caras no baile funk mas ‎
não dá.


13. Mijar na arvrinha

Marquei encontro com a menina e nao
"h" mijei na arvrinha.. ( nao fui)
Marquei encontro com a menina e nao
ora "h" mijei na arvrinha.. ( nao fui)
Marquei encontro com a menina e nao hora "
" mijei na arvrinha.. ( nao fui)
Marquei encontro com a menina e nao hora "h" mijei na arvrin
a.. ( nao fui)

14. Buraco da bala

Tava ‎
e no que fui socar o bilau acertei o buraco da bala

15. Garganta de mel

Sua garganta e muito boa ‎

1 2 >

2 páginas - 27 resultados